ECOVIX CRIA INSTITUTO DE PESQUISA E INOVAÇÃO EM BUSCA DE MAIS PRODUTIVIDADE

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) – 

Primeira instalação confirmada para o Oceantec, centro de pesquisa e inovação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a Inovix tem a missão de criar soluções tecnológicas para aumentar a produtividade. Segundo Alexandre Canhetti, diretor da Ecovix, empresa responsável pela Inovix, o desenvolvimento de projetos tem importância estratégica para a inserção da Ecovix no mercado internacional. Ele considera que o baixo investimento em P&D no Brasil prejudica a indústria.

Antes batizado de Tecvix, o projeto mudou de nome, para Inovix, de modo a demonstrar um foco além da tecnologia, visando à inovação. O convênio com a FURG prevê investimentos da ordem de R$ 3 milhões, que serão feitos pela própria Ecovix, contando com recursos da Finep e de outras fontes de incentivo à inovação e tecnologia. A previsão é que o prédio esteja concluído no segundo semestre de 2015.

Por que a Ecovix decidiu criar um instituto específico para inovação?

A Ecovix entende que, para ser competitiva, precisa de tecnologia e inovação. Esse entendimento está no DNA da empresa, criada pelo Grupo Enegevix, que possui um histórico de inovação. Para que se tenha tecnologia, precisamos inovar e ser capazes de encontrar soluções customizadas, adequadas aos nossos problemas específicos. 

Quais serão os focos de pesquisa na Inovix?

A principal missão atual da Inovix é criar soluções tecnológicas para aumentar a produtividade da Ecovix. Em busca desse objetivo, estamos com mais quatro projetos em andamento com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e outros quatro aprovados em um contrato com a Petrobrás.

Temos muitos outros em desenvolvimento interno. Alguns, já implementados, trazem benefícios notáveis, como, por exemplo, o uso de um gabarito simples para soldas de perfis em chapas, que economiza muitos homens-hora na produção. Além do foco na produtividade, também entendemos que o desenvolvimento de projetos tem importância estratégica para a inserção da Ecovix no mercado internacional.

Como foi feita a escolha do local?

A Ecovix tem um excelente relacionamento com a FURG, que sempre nos recebeu com interesse para ajudar a desenvolver tecnologia customizada aos nossos processos. Esse fato, somado ao fato da proximidade com o Estaleiro Rio Grande, fez dela a parceira ideal. Hoje, temos certeza que fizemos a escolha certa. Os gestores e professores da universidade têm nos ajudado muito. 

A Ecovix bancará o investimento no instituto integralmente?

A Ecovix aportará os valores demandados para a infraestrutura necessária. A Inovix não tem fins lucrativos, mas deverá ser autossustentável. Utilizaremos financiamentos da própria Ecovix, da Finep e de outras fontes de incentivo a inovação e tecnologia.

Como vocês avaliam os incentivos governamentais para incrementar a competitividade da indústria naval brasileira?

Os incentivos estão disponíveis e possuem regras bem claras. Avaliamos serem adequados aos propósitos a que se destinam. 

Vocês consideram que a falta de investimentos em P&D no Brasil tem prejudicado a indústria naval doméstica frente à concorrência de outros países?

Se compararmos os valores que as indústrias navais japonesa, coreana e chinesa investem, concluímos que os valores que investimos no Brasil são muito baixos. Com certeza isso prejudicou nossa indústria. Agora precisamos deixar o passado e trabalhar para o futuro. Os propósitos da Inovix são criar tecnologia e inovar em soluções, para que a produtividade da Ecovix possa ser comparada com a dos melhores estaleiros do mundo.

Como vocês avaliam a política de conteúdo local com relação à competitividade e ao estímulo à inovação?

O Conteúdo Local é uma política muito importante que de modo algum desestimula a inovação. Ao contrário, é motivadora de desenvolvimento de tecnologia. Nossa experiência com a obtenção de equipamentos e materiais que atendam ao conteúdo local é muito positiva. Acreditamos que nenhum fornecedor de equipamentos ou materiais pode se sentir seguro a ponto de praticar preços não competitivos. Certamente eles se sentem incentivados a melhorar seus processos e sua produtividade, para se tornarem efetivamente competidores no mercado. O Conteúdo Local não foi uma invenção brasileira e já mostrou ser muito adequado em diferentes países.