MOMENTO DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS É RUIM, MAS NIPLAN PROJETA CRESCIMENTO ESTE ANO
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
Com contratos na Repar, Replan e outros empreendimentos, a Niplan é mais uma empresa nacional que vem sentindo o atual momento da indústria do petróleo e gás brasileira. O diretor da Niplan, Nelson Neiva, esteve na Rio Oil & Gas e comentou o período de incertezas que o segmento está atravesando. Apesar da dificuldade em se fazer novos negócios, a empresa teve um faturamento de R$ 777 milhões em 2013 e projeta faturar R$ 900 milhões este ano.
Qual a sua opinião sobre o atual momento do mercado de petróleo e gás brasileiro?
Difícil, um mercado absolutamente difícil. Os preços praticados são muito baixos, o fluxo de caixa das empresas está baixo, capital de giro está difícil e caro. Está muito difícil fazer negócios no momento.
Quais os principais projetos da Niplan no setor de óleo e gás no momento?
Hoje nós temos contratos no Comperj, estamos fazendo um EPC para um laboratório grande de água gelada, contamos com contratos de longo prazo na Repar, no Paraná, e temos contratos na Replan também. Nós tentamos manter para cada cliente, não só para a Petrobrás, um limite de porcentagem para não ficarmos dependente de ninguém. Hoje nós estamos focando muito em contratos que nós possamos fazer de uma forma correta, sem sacrificar a empresa.
Quanto foi o faturamento da empresa em 2013? Qual a previsão para este ano?
No último ano nós alcançamos R$ 777 milhões. Um crescimento de quase 30% em comparação com 2012. Nossa previsão para esse ano é chegar em até R$ 900 milhões.
Quanto o setor de petróleo e gás representa no faturamento da empresa?
De 15 a 20%, não mais do que isso.
Existe alguma projeção de aumento nessa porcentagem?
Se houver uma oportunidade de conseguir um bom contrato, onde tenha um fluxo de caixa positivo e que aguentemos fazer, não existe impedimento de fazer, mas não está aparecendo. O momento não está ajudando. Nós estamos, vamos dizer, calmos na nossa posição.
Ano passado a Niplan fechou um contrato com o grupo espanhol Essentium. Pode comentar um pouco sobre essa operação?
O grupo espanhol adquiriu uma parcela pequena da empresa. É um grupo investidor e não gestor, ficando a gestão completamente a cargo de sócios brasileiros.
De quanto é essa porcentagem?
Não saberia dizer, mas bem menos que os 50% que foram veiculados.
A Niplan esteve com um projeto de exportação de serviços de engenharia na América Latina. Ele está para sair?
Não temos esse interesse, como eu disse, trabalhamos com oportunidades se surgir uma, entraremos no projeto, mas no momento, estrategicamente, não existe essa intenção. Nós estamos bem fixados no Brasil, aguardando o que ocorrerá em 2015 e 2016, porque para expandir é necessário investimento, e hoje, capacidade de investimento, vontade de investimento, não é um produto fácil.
O cenário político nacional, com o escândalo envolvendo a Petrobrás, atrapalha muito o mercado?
Atrapalha demais, porque todas as empresas que de alguma forma trabalham com a Petrobrás, são consideradas suspeitas ou coniventes. É muito ruim você trabalhar de maneira correta, honesta e ser considerado um eventual suspeito disso tudo. O cenário está muito ruim.
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