PAULO ROBERTO APONTA SUPERFATURAMENTO DE MAIS DE 18% EM CONTRATO DA RNEST | Petronotícias




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PAULO ROBERTO APONTA SUPERFATURAMENTO DE MAIS DE 18% EM CONTRATO DA RNEST

Paulo Roberto CostaO processo de delação do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa trouxe novas revelações impressionantes ao cenário nacional, que devem mais uma vez impactar profundamente o ambiente político e a credibilidade da estatal, que já vem sofrendo bastante com as últimas denúncias. De acordo com Costa, um contrato de R$ 3,1 bilhões fechado entre a petroleira e duas empreiteiras, a OAS e a Odebrecht, teria sido superfaturado num percentual entre 18% e 20%, para pagar comissões a todos os envolvidos no esquema. A informação foi veiculada por reportagem da revista Época.

De acordo com a revista, que diz ter confirmado as informações com três investigadores ligados diretamente ao processo de delação premiada do ex-diretor, o contrato foi assinado por meio de negociações entre três pessoas: o próprio Costa; outro ex-diretor da Petrobrás, no caso Renato Duque, indicado à estatal pelo PT; e o diretor da Odebrecht Rogério Araújo.

Ainda segundo a reportagem, o acerto previa o pagamento de propina a Paulo Roberto em paraísos fiscais e o compromisso de colaboração financeira às campanhas dos partidos da base aliada. O texto afirma também que este percentual, de 18% a 20%, funcionava como uma espécie de padrão para os contratos fechados por ele com as empreiteiras. Nessa conta, de acordo com a revista, Paulo Roberto teria indicado que quem mais recebiam eram os políticos dos partidos – PT, PMDB e PP – que garantiam a permanência dos diretores da Petrobrás no cargo. Em segundo lugar, diretores como ele, seguidos do núcleo operacional – lobistas, doleiros e operadores que montavam os negócios e se encarregavam de pagar os superiores, após reter uma comissão.

A revista revela que Paulo Roberto contou aos procuradores que vendia às empreiteiras um “pacote de serviços”, ao invés de cobrar propina por contrato fechado, afirmando que a Odebrecht fechara com ele um pacote desses, incluindo não só o contrato da Rnest e seus aditivos, como outros no Comperj. Segundo o depoimento de Paulo Roberto, além de lobistas e parlamentares ouvidos pela revista, os homens da Odebrecht responsáveis por obter os contratos bilionários na Petrobrás eram Rogério Araújo e Márcio Faria, também diretor da empreiteira. A agenda de Paulo Roberto, apreendida pela Polícia Federal (PF), aponta vários encontros entre eles, em geral em restaurantes discretos no Rio de Janeiro. Os extratos telefônicos de Paulo Roberto também reforçam os contatos frequentes entre eles, sendo que os dois diretores da Odebrecht já são investigados pelo MP.

Ainda de acordo com a reportagem, o acordo do ex-diretor com a empreiteira garantiria que ela ganhasse e mantivesse contratos nas duas obras, entre as mais caras da Petrobrás. Em contrapartida, Paulo Roberto disse que recebeu US$ 23 milhões, por intermédio da Odebrecht, em suas contas secretas na Suíça. O texto afirma também que, para evitar impedimentos aos contratos da Odebrecht, como no caso de outras empreiteiras, era preciso assegurar o apoio de Renato Duque, que cuidava da área de engenharia e serviços.

A Odebrecht negou qualquer irregularidade em seus contratos, afirmando que as informações publicadas seriam inverídicas e que tem total confiança em seus integrantes.

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