WILSON SONS ESTALEIROS ACREDITA QUE MERCADO NAVAL BRASILEIRO ESTÁ PASSANDO POR MOMENTO DE AMADURECIMENTO
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
O mercado de petróleo e gás já viveu momentos melhores no Brasil, mas para Matheus Vilela, diretor comercial da Wilson Sons Estaleiros, este é um momento de reposicionamento do maior cliente, a Petrobrás. O executivo trata o atual momento como uma fase de amadurecimento do mercado naval brasileiro, e que após as eleições as coisas devem voltar a um estado de normalidade. A estratégia da empresa de fabricar embarcações para outras empresas, além da Wilson Sons Offshore, tem se mostrado acertada, com projetos para a Fugro Brasil e Oceanpact sendo entregues ainda este ano. Hoje, praticamente 40% das embarcações fabricadas pela companhia são para outras empresas. A Wilson Sons Estaleiros, no entanto, não escapa dos problemas que o momento impõe, como um contrato com a Geonavegação que teve de ser suspenso para melhor funcionamento.
Como a Wilson Sons avalia o atual momento do mercado de petróleo e gás?
É um momento de reposicionamento de toda a indústria. Efetivamente nós podemos notar uma reavaliação da Petrobrás sobre os projetos. Naturalmente isso altera um pouco nossas políticas de curtíssimo prazo, mas a curto, médio e longo prazo, passando todo esse momento conturbado de eleições, o esperado é que tudo volte ao normal.
Quais os projetos em que a Wilson Sons Estaleiros está envolvida?
No final desse ano ainda entregaremos um RSV da Fugro Brasil, também estamos construindo dois RSVs da Oceanpact. Obviamente nós também estamos construindo para a própria Wilson Sons: são dois PSVs e uma série de rebocadores.
Algumas empresas vêm reclamando de falta de projetos. A Wilson Sons não está sofrendo com esse tipo de problema?
Se formos entender que o mercado naval brasileiro ainda está em fase de amadurecimento, que todos precisamos basicamente de uma empresa, e que até essa empresa precisa se reposicionar, repensar sua cadeia de abastecimento e custos, podemos considerar que este é um momento de balanço, mas não de uma crise.
Qual a estrutura da Wilson Sons Estaleiros atualmente?
Hoje contamos fundamentalmente com duas sedes, ambas no Guarujá (SP). São dois estaleiros que estão a menos 200 metros de distância.Temos em torno de 800 empregados, mas também terceirizamos muitos funcionários, sendo parte importante da nossa estratégia a contratação de funcionários terceirizados, tendo uma relação de aproximadamente cinco terceirizados para cada funcionário próprio.
Qual foi o faturamento da Wilson Sons Estaleiros e da Wilson Sons como um todo em 2013?
Nós chegamos à marca de R$ 100 milhões, enquanto o grupo faturou R$ 660 milhões.
Qual a porcentagem de projetos realizados para o próprio grupo e para outras empresas?
Isso depende se analisamos quantidade de embarcações ou volume de trabalho. Temos hoje 40% para terceiros, se fizermos uma média entre as maneiras de análise.
Quais são os principais clientes da Wilson Sons Estaleiros?
Sem dúvida alguma a Fugro Brasil e a Oceanpact.
Algumas empresas sofreram com inadimplência recentemente A Wilson Sons também passou pela mesma situação?
Não exatamente inadimplência. No momento nós temos um contrato que se encontra em suspenso com a Geonavegação. Esse é um contrato de um PSV, mas não é uma inadimplência, existe na realidade uma necessidade de discutir o contrato porque ele não estava funcionando bem para nenhuma das empresas. Algumas questões devem ser resolvidas para dar continuidade ao projeto.
Existe alguma previsão para que esse projeto volte a ser tocado?
A expectativa é que até o fim desse ano os rumos desse contrato estejam acertados para ano que vem já voltarmos à construção desse PSV. É importante ressaltar que a Wilson Sons cumpriu todos os termos do contrato, garantindo nossa participação e a confiabilidade que gozamos com o mercado.
Algum outro contrato está para ser fechado?
Temos vários, alguns bastante grandes, mas a divulgação desses projetos poderia prejudicar o bom andamento das conversas.
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