YOUSSEF CITA ELETROBRÁS NO MESMO ESQUEMA DE LAVAGEM DE DINHEIRO IMPLANTADO NA PETROBRÁS

A Eletrobrás pode ser a próxima estatal investigada pela Operação Lava-Jato. Segundo reportagem do Valor Econômico, Alberto Youssef (foto) revelou que o esquema de lavagem de dinheiro teria atuado nas subsidiárias Itaipu, Furnas, Eletrosul e Eletronorte. Assim como o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, o doleiro está colaborando com as investigações em regime de delação premiada.

Anteriormente, em outros interrogatórios à Justiça, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef já haviam revelado que licitações do sistema Eletrobrás estavam sujeitas a direcionamento para escolha de vencedores, cartelização e sobrepreço, para abastecer o caixa dos partidos aliados ao governo. Agora, o doleiro disse que o esquema existe desde a década de 1990, antes e durante os mandatos presidenciais de Fernando Henrique Cardoso, mas fora ampliado pelo governo do PT, com o envolvimento de PMDB e PP.

Em seus depoimentos, Costa já havia citado a existência de cartéis em hidrelétricas da região Norte e na usina de Angra 3, com desvio de dinheiro para partidos políticos. “São poucas as empresas que têm condição de fazer uma refinaria, uma plataforma, um navio de processo, uma hidrelétrica como Belo Monte, Santo Antônio, que têm condição de fazer uma usina como a Angra 3. Existia claramente [o processo de cartelização. Isso me foi dito pelos presidentes das companhias, de forma muito clara, que havia uma escolha de obras dentro e fora da Petrobrás”, disse.

À reportagem, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, garantiu que, da parte do partido, não existe qualquer tipo de orientação para participar de desvios na Petrobrás e na Eletrobrás para fazer caixa dois. Já a estatal de energia disse que suas ações estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU) e que todos os empregados da empresa são obrigados a pautar suas decisões de acordo com os princípios estabelecidos, utilizando os recursos de forma responsável, sem a interesses particulares.