PESQUISA DA UNICAMP CRIA MODELO MATEMÁTICO PARA SEDIMENTOS EM DUTOS DE PETRÓLEO
Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está estudando e desenvolvendo um modelo matemático para estimar e solucionar problemas referentes à acumulação de grãos e sedimentos no escoamento de líquidos. Erick de Moraes Franklin (foto), que é professor da FEM da Unicamp, é o responsável pelo projeto, que responde a uma necessidade da indústria petrolífera e será financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Quando o petróleo é transportado, ele carrega sedimentos que podem gerar barreiras nos dutos e tubulações, dificultando a operação.
A pesquisa deve ajudar primeiramente as petrolíferas, mas também pode apresentar uma importante contribuição ao estudo da morfologia do solo de desertos, leitos de rios e até em outros planetas, como Marte. Segundo Franklin, as barreiras, também chamadas de dunas, se formam a partir do atrito do escoamento de fluido, no caso do petróleo, e por correntes de ar, quando se trata de um deserto. A moderação desse atrito durante o escoamento evitaria a suspensão dos grãos, que seriam arrastados formando um leito móvel, que pode escoar sobre a parte fixa do leito. “A dinâmica de formação de dunas em meio a escoamentos confinados de líquidos – incluindo tubulações de petróleo – em um deserto ou em um planeta como Marte é a mesma. As diferenças estão nas escalas do tempo de formação, nas dimensões físicas e na velocidade de deslocamento, além do agente causador”, destacou Erick de Moraes.
Se o atrito com o leito permanecer moderado durante o escoamento, os grãos não são postos em suspensão, mas são arrastados por rolamento e deslizamento, formando um leito móvel – uma camada móvel de grãos que se desloca sobre a parte fixa do leito. “A partir de medições de gradiente de pressão conseguimos estimar a vazão de material granular e os parâmetros de instabilidade do leito, como taxas de crescimento, comprimentos de onda e celeridades”, explicou Franklin.
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