EMPRESA BRASILEIRA DESENVOLVE NOVA TECNOLOGIA PARA PROCESSAMENTO DE DADOS SÍSMICOS | Petronotícias




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EMPRESA BRASILEIRA DESENVOLVE NOVA TECNOLOGIA PARA PROCESSAMENTO DE DADOS SÍSMICOS

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –

Josias PetrecNascida dentro da incubadora da Coppe/UFRJ, a Petrec é uma empresa jovem que vem se destacando no processamento de dados sísmicos. Sua mais recente tecnologia, a Ocean Bottom Node, permite que os dados sejam recolhidos sem utilização de qualquer tipo de fiação, o que facilita o trabalho em regiões já bastante obstruídas. O diretor geral e um dos sócios fundadores da Petrec, Josias da Silva, comentou as dificuldades que uma empresa pequena encontra no mercado de processamento de dados sísmicos e os planos para o futuro. A expectativa da companhia é conseguir  aumentar seu faturamento em cerca de 1.000%, no intervalo de 2013 à 2015. Para Josias, um dos fatores que vão ajudar nesse processo são suas parcerias, entre elas com a americana Intel, com quem pretendem lançar uma nova ferramenta para o segmento de sísmica na metade de 2015.

Que tipos de serviços e soluções são fornecidos pela Petrec?

Nós estamos nos focando em duas áreas: processamento sísmico terrestre 2D e processamento de dados magnetotelúricos. Nós também pretendemos desenvolver uma interpretação conjunta dos dados obtidos através desses dois processos.

Como o processamento de dados sísmicos desenvolvido pela Petrec gera ganhos para as empresas de petróleo e gás?

Nós contamos com uma estrutura barata por estar dentro da incubadora de empresas Coppe/UFRJ. Nós temos preço e qualidade competitivos, devido à nossa estrutura estar dentro do campus da universidade. Nós temos um ganho imenso por sabermos tudo o que está acontecendo de mais novo na tecnologia de petróleo e gás, em função dessa inserção na Coppe. Nós contamos com o que há de mais moderno quanto à tecnologia sísmica.

O que é a tecnologia Ocean Bottom Node?

Esta é uma tecnologia que altera a forma de se adquirir o dado sísmico ainda no mar. O método sísmico geralmente conta com uma fonte que gera sinal, este por sua vez percorre o mar, reflete nas camadas e volta para a superfície. Na superfície é preciso que haja um hidropoint. É feita, na realidade, uma ultrassonografia da terra.

A tecnologia Node é diferente. O sensor não fica no assoalho marinho. Há uma autonomia garantida pela bateria. Toda a conexão é feita sem a necessidade de fios. Algumas ondas só se propagam em sólidos, ou seja, as tecnologias que levam em conta apenas os dados obtidos através de ondas geradas em líquidos são menos completas. Outra vantagem na utilização da tecnologia Node é poder ser usada em regiões com menos infraestrutura ou com alguma restrição de manobra. Neste caso, apenas o navio está no local recolhendo os dados, sem qualquer estrutura de cabos, o que facilita em regiões já bastante obstruídas.

Quais os principais desafios na área de mapeamento sísmico?

O principal desafio, até como pequena empresa, é ter visibilidade no mercado. Ainda há muita dificuldade em competir com mega empresas. Em termos de qualidade, não perdemos em nada para as que já estão estabelecidas e possuem um nome forte no mercado. Nossos projetos não têm defasagem no tempo de recolhimento e processamento de dados, já que temos um laboratório de alto desempenho.

Quais os principais clientes da Petrec?

Nós ainda estamos angariando alguns clientes. Existem algumas possibilidades de termos contratos com a Georadar, Global Geophical Services e Queiroz Galvão. No entanto, ainda são apenas algumas proposições.

Que parceiros a empresa tem?

Nós desenvolvemos com a Intel uma parceria para desenvolver código de inversão de dado sísmico (FWI, em inglês). Nosso produto é adaptado ao hardware já desenvolvido pela Intel. O lançamento desta ferramenta está prevista para a metade do ano que vem, na feira da Sociedade Brasileira de Geofísica. Com a Coppe/UFRJ, nós estamos alinhados com os laboratórios, fazemos trabalhos em conjunto, papers, havendo uma sincronia completa com tudo o que é novidade dentro da comunidade acadêmica. Por fim, com a Aicom nós estamos iniciando uma parceria, para o desenvolvimento de códigos para o setor, ainda em fase de finalização.

Quais os planos da Petrec para 2015?

Nós pretendemos fazer uma aquisição de dados magnetotelúricos e dar continuidade à linha de processamento de dados sísmicos 2D, passando também a desenvolver o processamento dos dados sísmicos 3D.

Qual foi o faturamento em 2013?

Nós tivemos apenas um valor de R$ 180 mil, mais a verba obtida junto à Finep. Desse valor, R$ 54 mil foram usados apenas para pagar a nossa estrutura.

Qual a expectativa de faturamento para este ano e 2015?

Para o ano de 2015, nós estamos estimando um valor entre RS 1,5 milhão a R$ 2 milhões. Ainda em 2014, temos um projeto que pode ser fechado, mas o fim de ano está atrapalhando as conversas.

Como foi a participação da empresa na Brazil Onshore?

Nós fechamos acordos com uma start-up que conhecemos durante a feira. Nossa expectativa era pequena, mas, felizmente, foi superada. Houve uma participação intensa da área sísmica no nosso estande. Pudemos fazer muitos contatos interessantes para o futuro da Petrec.

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