DIVULGAÇÃO DO BALANÇO DA PETROBRÁS DEVE INCLUIR BAIXAS CONTÁBEIS POR SOBREPREÇOS DE ATIVOS

Mesmo sem o parecer da auditoria externa, a Petrobrás vai divulgar o balanço financeiro do terceiro trimestre na sexta-feira (12), e o documento deve vir com baixas contábeis relativas aos ativos em que a estatal tiver detectado sobrepreço. Quando a empresa anunciou que adiaria a publicação do balanço, em novembro, o diretor financeiro, Almir Barbassa (foto), afirmou que seriam incluídos nos números todos os valores relativos a contratos superfaturados descobertos pelas investigações internas da companhia.

Os valores apurados internamente ainda são sigilosos, e no mercado há muitas dúvidas sobre o que a Petrobrás pretende reconhecer de fato como prejuízo proveniente de corrupção, já que muitas das comissões internas de apuração instituídas pelas estatal não tiveram seus resultados divulgados.

Além das baixas contábeis, o comando da empresa vem se empenhando na análise dos projetos em carteira, já em busca de cortes que serão necessários para a readequação da nova realidade da companhia. Com o atraso no balanço, algumas captações acabarão sendo adiadas e, como a estatal está sendo bombardeada por notícias negativas de todos os lados, agora inclusive com novas ações coletivas movidas por investidores nos Estados Unidos, as emissões de dívida no exterior ficarão muito mais difíceis. Para se ter ideia, no plano de negócios dela, a previsão era captar US$ 12,1 bilhões fora do país em 2015, mas esse montante deve ser redimensionado.

Um fator determinante para que a empresa possa fazer qualquer captação de recursos, inclusive, é que a PricewaterhouseCoopers (PWC) venha a dar seu parecer favorável ao balanço da Petrobrás, coisa que até agora não aconteceu. O pedido de licença de Sergio Machado da Transpetro foi uma medida pensada para facilitar esse processo, já que a PWC se opusera a assinar o documento caso o nome dele constasse. Ainda assim, há muitas dúvidas sobre os rumos que toda essa questão tomará nas próximas semanas.