O QUE ESPERAR DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2015?
A cada dia que passa, com as incertezas sobre o que vai acontecer com o mercado de petróleo e gás diante da crise de credibilidade que a Petrobrás está vivendo, os reflexos nas pequenas e médias empresas que fazem parte da cadeia de fornecedores também inquietam. Na expectativa de um ano conturbado, essas empresas convivem com a insegurança econômica.
Dentro do projeto de se fazer uma prévia de como esperar 2015, o Petronotícias buscou empresas com faturamento inferior a 150 milhões de reais para saber como elas estão se posicionando. Estamos fazendo basicamente apenas duas perguntas, que dão um perfeito entendimento de como as pessoas estão se preparando para as incertezas do próximo ano:
1- Como você está vendo as perspectivas para 2015?
2- Qual a sua sugestão para que tenhamos um ano produtivo na economia brasileira?
Nesta série, o nosso primeiro convidado é Antônio Batista Ribeiro Neto, coordenador do Setor de Óleo Gás do Sebrae. Veja o que ele pensa:
1 – “As atividades de operação/produção de petróleo estarão em crescimento em 2015, dessa forma, faço a inferência que as perspectivas são positivas, pois deverá haver aumento na demanda por suprimentos. Portanto, será importante que as empresas fornecedoras calibrem o foco para as oportunidades que serão geradas pelas empresas (Operadoras e EPCistas) que contratam bens/serviços necessários para operar e manter as plataformas de petróleo. Essa perspectiva pode ser estendida também para os equipamentos de transportes e as instalações de refino de petróleo.
Em relação aos projetos de investimentos, é possível que os mesmos não tenham a velocidade de implementação planejada, mas mesmo em ritmo mais lento, esses continuarão a ser grandes demandantes de produtos e serviços de diversos segmentos da cadeia de suprimentos.”
2 – “Primeiro, é importante que as definições da política macroeconômica do governo federal sejam claras e as regras sejam cumpridas. Em segundo, há necessidade de avanços nas políticas públicas que garantam maior competitividade para alguns setores estratégicos da economia brasileira, tais como: Petróleo, Construção Civil, Transportes, entre outros. Por último, no nível micro, há necessidade de esforço coletivo, entre instituições e empresas, para buscarmos o aumento da produtividade do trabalho nas empresas brasileiras. A nossa pauta em 2015 será a busca por melhoria da produtividade.”
O Diretor da Viva Cor Tintas, um dos maiores distribuidores de tintas do Rio de Janeiro, Jacob Martins, está otimista:
1 – “Como comerciante, tenho sempre que levantar acreditando que hoje será melhor que ontem e amanhã melhor que hoje. Por isso, a Viva Cor Tintas vai continuar investindo na expansão da empresa, buscando novas frentes de trabalho e ampliando o time. E isso é o que mais nos atrapalha em busca desse crescimento. Estamos sempre buscando aperfeiçoar a forma de contratar e manter um clima que motive nossos funcionários. É difícil saber como será o ano, com o governo trocando toda a equipe econômica. É provável que a nova equipe tenha que corrigir erros que ainda estão ocultos. E por isso eles tenham mais dificuldade de entregar o crescimento de 0,8%. Mas se eles fizerem jus à confiança que o mercado depositou neles, temos grandes chances de prosperar. Como a Viva Cor atua somente no Estado do Rio, as grandes obras, a entrega de novas unidades de imóveis e a frota de carros particulares são o nosso motor. Acreditamos que teremos um bom ano, mas com crescimento modesto.”
2 – “Para a economia brasileira crescer com sustentabilidade, somente com investimento em infraestrutura e na educação do povo. Acreditamos que esses dois pilares trarão o melhor futuro para o país. As outras necessidades serão desenvolvidas em consequência da melhora desse dois pontos. O governo espelha o povo e o povo espelha o governo. Afinal, o segredo para o nosso crescimento está registrado na nossa bandeira. Ordem é Progresso.”
Já diretora da Indústria Química Corcovado, Ivanira Araújo, não vê 2015 com bons olhos. A indústria produz tintas especiais, desenvolve produtos de alta tecnologia, como as tintas anti-chamas e tintas para a indústria do petróleo. Veja o que ela pensa:
1 – “Infelizmente não vejo com otimismo. As notícias relativas ao corte de investimentos da Petrobrás não são boas, porque ela é uma das locomotivas da economia do Brasil e do nosso Estado em particular. Além disso, o combate ao déficit fiscal poderá vir acompanhado do aumento de juros e redução dos investimentos, afetando os outros setores da economia.”
2 – “Que os empresários continuem sendo teimosos, acreditando no Brasil apesar das nuvens que estão no nosso horizonte.”
A diretora da Rui Neiva, Roberta Neiva, que representa algumas importantes empresas internacionais no cenário da indústria naval e no segmento de petróleo e gás, tem a seguinte opinião:
1 – “Tenho lido muito e tentado achar alguma opinião diferente e que aponte uma luz no final do túnel. Ainda não encontrei nenhuma. O país está inviabilizado por todo o cenário internacional e as mazelas criadas por anos de desmandos e corrupção. Estamos estagnados. Continuo realista e observadora. Tenho monitorado tudo bem de perto.”
2 – “As notícias veiculadas, até o presente momento, não demonstram qualquer indício de melhora no cenário para 2015. Enfrentamos um ano de recessão forte em 2014 no qual diversas empresas não resistiram à falta de investimento no mercado. A onda de demissões está tomando proporções insustentáveis. Entendemos que o governo está procurando alternativas que propiciem o financiamento dos projetos previstos, entretanto, a percepção é que muitas empresas não terão fôlego suficiente para enfrentar este tsunami.”
Marcio Buzzani, da Clever Consultoria, conhecedor do mercado de petróleo e gás no Brasil, representando empresas chinesas em alguns segmentos, vê o ano de 2015 como um grande desafio:
1-“As perspectivas no setor de óleo e gás são de extrema dificuldade, considerando paralisado até início de abril e posteriormente com pouco investimento e capital circulando, face às extremas dificuldades das principais empresas brasileiras e o descrédito das empresas estrangeiras com o Brasil. Porém, o setor de infraestrutura terá de se movimentar rápido, pois a crise de água e energia, que se agravam, tem de ser resolvida, ao menos em parte, no curto prazo.”
2 – “As empresas precisam se unir e planejar negociações onde um suporte o outro, reduzindo custos e se mantendo no mercado durante este período de tempestades.”
A empresária Thereza Braz, diretora da JBraz Engenharia e Representações, acredita que os novos ajustes na economia vão exigir um esforço de criatividade do empresário brasileiro em 2015. Veja a sua opinião:
1 – “Estou certa que 2015 será um ano onde empresas e empresários terão que exercitar toda sua criatividade. O ano nos acena com importantes ajustes em nossa política econômica, além da expectativa se a nova equipe terá respaldo político para realizar as amargas ações necessárias para correção dos rumos de nossa economia. A inflação alta, pressionada pela recomposição dos preços das tarifas públicas, nos levará a buscar soluções que diminuam nossos custos e riscos. E em contra partida, se vislumbra o aumento da taxa de desemprego, que acarreta a diminuição do consumo, e manutenção do baixo índice de crescimento da economia. Nós já estávamos acostumados a um panorama de estabilidade, e agora vamos sair de nossa zona de conforto e criar novas maneiras de produzir com mais eficiência e inovação.”
2 – “Que sejamos prudentes e conservadores em nossos planejamentos para 2015, sem perder de vista que nos momentos de adversidade muitas boas oportunidades podem aparecer.”
O Governo diminui ou encolhe artificialmente o Superavit Primário para esconder seus gastos acima das metas estipuladas de mais ou menos 36% do PIB e não proporciona mais do que 3% nos investimentos públicos. Deixa assim que Bancos privados com maior poder de captação subam seus juros para empréstimos de capitais privados necessários ao crescimento da economia. Portanto a economia do pais não cresce e os gastos fixos ou já estipulados como Bolsa Familia, Minha Casa M.V., Previdencia, novas vagas abertas no funcionalismo publico com estabilidade sem que possam ser demitidos , e outros gastos supérfluos terão que ser cumpridos… Read more »
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