PRÉ-SAL AINDA É ESPERANÇA DE OPORTUNIDADES PARA A AGGREKO
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
Estabelecida no país em 2003, a Aggreko se destaca no fornecimento temporário de energia para plataformas, sendo o maior fornecedor da Bacia de Campos, além de serviços como climatização de espaços em plataformas. A atuação da Aggreko é diversificada, também presente em consórcios construtores de plataformas, atuando também na fase de comissionamento delas. O diretor de marketing da empresa, Thiago Moraes, se diz confiante com os projetos futuros do pré-sal brasileiro e do crescimento da empresa no país. Para ele, basta que o cronograma planejado pela Petrobrás seja cumprido, como vinha sendo, apesar dos recentes escândalos na companhia. A expansão da Aggreko no Brasil pode ser confirmada em números. Em 2003, foi inaugurada a primeira base da empresa no país, hoje, 12 anos depois, são 16 unidades espalhadas em 12 estados, do Amazonas ao Rio Grande do Sul. E o crescimento pode ser ainda maior, já que o executivo afirma que se novas oportunidades de negócio surgirem, a Aggreko está disposta a expandir para atender aos seus clientes.
Como a Aggreko está vendo o mercado de óleo e gás no Brasil atualmente?
A Aggreko vê boas perspectivas e novas oportunidades surgindo no mercado. Há uma janela de exploração do pré-sal que abre oportunidades para toda a cadeia de óleo e gás. Se olharmos os últimos 10 anos, 40% do petróleo descoberto no mundo foi descoberto aqui no Brasil. As perspectivas são extremamente interessantes. São investidos cerca de R$ 50 bilhões anualmente no pré-sal. Muitas empresas são beneficiadas por esses investimentos.
O ano de 2014 foi particularmente muito bom para nós, mas estamos atentos a como o mercado vai responder aos recentes processos de investigação que se instauraram. É muito importante o que está havendo. Essa análise de todos os contratos assinados é essencial. A Aggreko é muito forte na ética dos seus negócios. Estamos agindo com cautela, esperando que os processos não atrasem os projetos planejados para os próximos anos.
Quais são os principais contratos da empresa no segmento de óleo e gás brasileiro?
Estivemos presentes na construção de diversas plataformas, como a P-51, P-53, P-55, P-58, P-62, Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilhabela.
Quais as áreas de atuação da empresa no setor de óleo e gás?
Nós somos uma multinacional com atuação em 190 países, tendo iniciado nossa atividade em petróleo e gás no Brasil em 2003. Nossa primeira base para óleo e gás no país foi em Macaé. Desde o início das nossas atividades, estabelecemos uma parceria muito forte com a Petrobrás, em 2005. Temos diversos contratos com a companhia. Somos o maior fornecedor de energia temporário para a Bacia de Campos. Participamos da cadeia como um todo, em consórcios construtores de plataformas, comissionamento de plataformas, participamos do fornecimento de energia temporário com manutenção de sistema de energia principal, climatização de espaços na plataforma e etc. Em downstream, nós trabalhamos com o fornecimento de energia temporário de todas as refinarias do Brasil.
Quais os principais clientes que a empresa tem no setor de óleo e gás?
Além da Petrobrás, temos Baker Hughes, Schlumberger e grandes operadoras que são clientes não só no Brasil, mas no mundo todo.
Que soluções as empresas da cadeia de óleo e gás procuram com a Aggreko?
Principalmente testes de comissionamento através do uso de bancos de carga. Efetivamente, simulamos a demanda de energia de uma plataforma e testamos todo o seu sistema de energia antes de a plataforma entrar em operação. Muitos clientes buscam também manutenção planejada ou de emergência, especialmente quando a plataforma ainda está sendo montada.
Pode fazer um balanço de como foram os negócios no setor em 2014?
O ano de 2014 transcorreu dentro do planejado, tanto no Brasil, como na América como um todo. Entregamos tudo o que prometemos para o mercado e demonstramos consistência, determinantes para o crescimento da empresa.
Quanto a área representa para o faturamento da empresa?
No Brasil, o setor de petróleo e gás representa cerca de 10% do nosso faturamento. Desejamos que o faturamento com óleo e gás cresça nos próximos anos, mas o percentual deve se manter o mesmo, com o crescimento de outros setores em conjunto. Não dividimos nossos relatórios financeiros por países, mas regiões. Na Região Américas, o faturamento de 2014 ficou em US$ 1 bilhão, enquanto mundialmente ficou em US$ 2,5 bilhões. Especificamente na América Latina, os valores ficaram em US$ 450 milhões.
Quais são as perspectivas para o mercado de óleo e gás brasileiro em 2015?
A demanda por energia tem crescido em todos os setores que a Aggreko atua, dentre eles óleo e gás. Se os projetos de exploração do pré-sal se mantiverem, sem atrasos no cronograma da Petrobrás, que é o grande motor dessa cadeia, ficamos bem otimistas. Ainda há a oportunidade de exploração de gás de xisto, projeto que a Aggreko esteve desenvolvendo recentemente nos Estados Unidos. Essa possibilidade ainda vai ser explorada no Brasil, e estamos acompanhando de perto esse processo.
A empresa tem planos de expansão no país para os próximos anos?
Nós estamos atualmente num plano de expansão intenso. Em 2003, contávamos apenas com uma localidade. Hoje, temos 16 unidade no país. Nosso objetivo agora é consolidar essas nossas bases. Mas não podemos fechar os olhos para qualquer tipo de nova oportunidade de negócio. Se algum cliente da Aggreko vai para um local que não conta ainda com o fornecimento do nosso tipo de serviço, faz-se a expansão.
O segmento de eventos também tem sido bastante importante para a empresa, como os Jogos Olímpicos de 2016 e a Copa do Mundo de 2014, dois grandes projetos que estamos envolvidos. Qualquer tipo de possibilidade que se destaque no mercado nos interessa.
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