YOUSSEF AFIRMA QUE UTC REPASSOU R$ 3 MILHÕES AO GOVERNO DO MARANHÃO
As denúncias da Operação Lava Jato começaram a ficar mais detalhadas em relação aos políticos citados no processo. O doleiro Alberto Youssef afirmou que a UTC/Constran pagou R$ 10 milhões em comissões para o adiantamento de um precatório – títulos de dívidas que o governo emite para pagar quem ganha processos contra o poder público na Justiça –, sendo que R$ 3 milhões teriam sido repassados para o então chefe da Casa Civil do Maranhão, João Abreu, no período em que Roseana Sarney governava o estado. Além disso, o próprio doleiro afirmou ter ficado com R$ 4 milhões, sem detalhar o destino dos outros R$ 3 milhões.
O valor do precatório da UTC era de R$ 113 milhões e, segundo Youssef, após a “comissão”, foi firmado um acordo judicial entre a empresa e o Estado do Maranhão para o pagamento do precatório em 24 parcelas. Em nota, a UTC/Constran negou ter sido beneficiada com antecipação de pagamento no Maranhão, afirmando que, para “encerrar uma discussão e evitar mais protelamento, a empresa concordou com uma proposta apresentada pelo gestor público”.
O avanço das investigações também chegaram a um novo patamar de valores bloqueados pela Justiça, já somando R$ 118 milhões das contas pessoais e de investimentos de 16 investigados e três empresas alvos da Operação Lava Jato. A determinação, do juiz federal Sérgio Moro, veio no ano passado, quando ordenou que os ativos dos investigados fossem bloqueados até o limite de R$ 20 milhões para garantir o ressarcimento em caso de condenação pelos desvios em contratos da Petrobrás.
Os valores foram atualizados a mando da juíza substituta Gabriela Hardt durante o recesso e a nova tabela servirá para que a liberação dos valores que ultrapassaram o limite possa ser concluída. Além disso, por determinação da juíza, as contas do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, preso em novembro do ano passado na sétima fase da operação, ficaram livres para movimentação dos titulares, sem prejuízo do bloqueio de R$ 20 milhões.
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