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EM DEPOIMENTO, VENINA TIRA RESPONSABILIDADE DA DIRETORIA DE ABASTECIMENTO E ACUSA DUQUE

Venina VelosaEm depoimento prestado na terça-feira (03) para o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava-Jato, a ex-gerente executiva da área de Abastecimento da Petrobrás Venina Velosa (foto) isentou sua área de responsabilidades na fiscalização das obras da empresa e atribuiu toda a responsabilidade à diretoria de Serviços, comandada por Renato Duque.

Quanto à obra da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), da qual era conselheira, Venina afirmou que o diretor Duque se apropiou do cronograma e execução e do controle orçamentário. Quanto ao envolvimento com as empresas investigadas, Venina foi taxativa ao afirmar que sua área- a diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, não tinha nenhuma relação.

Por mais de uma vez, a depoente afirmou que a licitação, fiscalização e execução das obras da Petrobras é “responsabilidade da área de Engenharia, da área de Serviços”.

A Rnest teve um modelo de contrato pensado, que delimitava a responsabilidade de cada uma das empresas participantes de consórcios, mas que não foi adotado, fazendo com que as obras não tivessem sequência. Segundo Venina, esse atropelamento se deve à antecipação das obras, que foi apresentada à diretoria executiva e ao conselho de administração sem ainda os detalhes de como isso seria feito.

Venina afirmou que não tem provas da existência do cartel estabelecido dentro da Petrobrás, mas que existem documentos sobre um reunião, em 2007, entre advogados da Petrobrás e representantes da ?Associação Brasileira de Engenharia Industrial ?(Abemi), entidade que reúne os grandes fornecedores da companhia. Os documentos teriam sido obtidos pelo gerente Fernando de Castro, do setor jurídico.

Após montar a documentação sobre o assunto, Fernando de Castrou enviou para o gerente jurídico, Newton Maia, que não apoiou seu funcionário, e acabou fazendo uma comissão de sindicância, que acabou por retirar as funções de Fernando, segundo o depoimento de Venina.

A ex-gerente comentou a proximidade da Abemi com a Petrobrás, com assuntos tratados internamente na Petrobrás sendo levados ao grupo de empreiteiras para que a decisão fosse discutida e aprovada. Nenhum documento foi entregue nesse sentido, mas Venina diz que ouviu um relato de Castro nesse sentido. Venina negou ter conhecimento de pagamento de propina a diretores da Petrobrás e disse que só ficou sabendo com a deflagração da Operação Lava Jato.

A frase mais repetida por Venina no depoimento foi “a minha área (Abastecimento) não tem contato com contratação de obras”, sendo repetida em quase todas as perguntas feitas a Venina sobre negociação de contratos. Esse tipo de atitude, um depoimento por demais técnico e burocrático, gerou desconforto nos advogados dos réus, que não sabiam o que ela poderia acrescentar ao processo movido contra a Engevix.

O depoimento marcado originalmente seria de João Procópio de Almeida Prado, que operava as contas e as offshores abertas pelo doleiro Alberto Youssef no exterior. No entanto, os advogados que representam Almeida Prado relataram que ele sofre com dores na coluna e ficaria em silêncio durante o depoimento, somente se pronunciando nos dois processos em que aparece como réu.

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NÃO ATENDIMENTO A CONVOCAÇÃO DA VENINA VELOSA: Diante da magnitude observada nos desvios ocorridos na Petrobras, haveria de esperar que uma parcela significante de profissionais da força de trabalho da Petrobras, tanto aqueles do quadro efetivo, ou de terceirizados, aparecessem para prestar depoimentos de “casos semelhantes” ao depoimento prestado pela ex-gerente Venina Velosa no programa do Fantástico da Globo. Não fica difícil concluir os motivos pelos quais a maioria dos convocados por Venina não terem apresentado delação de fatos pretéritos ocorridos: seriam todos punidos com demissão sumária por infringir o código de Ética da Petrobras, redigido com extrema precisão pela… Read more »