EAGLEBURGMANN VAI MONTAR CENTRO DE SERVIÇOS NO CHILE | Petronotícias




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EAGLEBURGMANN VAI MONTAR CENTRO DE SERVIÇOS NO CHILE

Por Matheus Meyohas (matheus@petronoticias.com.br) –

benito domenicoNão é novidade que o mercado de óleo e gás no Brasil anda mal das pernas. Sabendo disso, a EagleBurgmann, empresa que tem os selos mecânicos como principal produto, pensa em investir mais no exterior nos próximos anos. Benito de Domenico Jr., diretor geral da companhia no Brasil, revelou que a EagleBurgmann irá abrir um centro de serviços no Chile e ainda estuda a inauguração de um escritório no Peru. “Estamos trabalhando em projetos no sentido de nos relacionar com o Cone Sul, com um portfólio de produtos que não sejam apenas os selos mecânicos”, explicou. A justificativa é bem clara: com contrato com todas as refinarias da Petrobrás no Brasil, a empresa não acredita na capacidade da estatal se recuperar a curto prazo. “As perspectivas não são boas e não acredito que os projetos vão deslanchar. A Petrobrás está sem caixa para tocar isso, e ainda está extremamente endividada”, analisou Domenico Jr.

O diretor ainda disse que a empresa cancelou temporariamente a construção de uma unidade na cidade de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, por conta do atraso da Petrobrás em operar unidades como a Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Para Domenico, todos os processos na estatal ficaram ainda mais lentos, porque os funcionários temem possíveis auditorias. “O que a gente percebe é que existe uma morosidade no processo interno da Petrobrás que antes não havia.”, afirmou.

Como foi o ano de 2014?

O ano foi muito bom para nós. Foi um ano de muitas realizações. Tivemos uma série de oportunidades no mercado de óleo e gás, tanto no upstream como em downstream. Nosso negócio acontece através de muitos fabricantes de bombas, porque nós somos fabricantes de selos. Os selos são elementos que são instalados em centrífugas, motores e bombas. Fornecemos artigos para fabricantes mais tradicionais. Através deles, atendemos o mercado de upstream pelas plataformas.

E com a Petrobrás?

Estivemos presentes no final dos projetos replicantes, nos projetos de cessão onerosa e também no de outros donos de unidades offshore, como a Modec e a SBM, que constroem navios plataformas arrendados pela Petrobrás.

Quais foram os projetos de mais destaque no ano?

No refino, seguimos fornecendo para unidades importantes, como o projeto da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Temos contratos com todas as refinarias da Petrobrás no país e boa parte das plantas petroquímicas. Nas refinarias, tivemos destaque com os retrofits, ou seja, a adaptação em bombas já existentes, como no Polo de Camaçari, onde fizemos alterações. Isso deu a eles equipamentos para trabalhar com uma solução em ligação à prova de vazamentos, com acoplamento magnético. Na RLAM, já adaptamos 14 bombas, e temos outros processos ainda em projeto. Isso representou um ganhou muito importante para as refinarias em termos de segurança, meio ambiente e saúde, porque essas bombas são utilizadas em unidades de produtos derivados de hidrocarbonetos que são muito voláteis. Em função disso, o risco é muito grande de ter vapores presentes no ambiente, como o benzeno, que é nocivo ao ser humano e ao meio ambiente.

Como a EagleBurgmann tem sido afetada por tudo que se passa com a Petrobrás?

O que a gente percebe é que existe uma morosidade no processo interno da Petrobrás que antes não havia. Sempre foi um processo relativamente lento, é verdade. É uma empresa muito grande, com muitos funcionários, e sempre foi demorado mesmo. Mas o que a gente nota é que, do segundo semestre de 2014 para cá, os processos estão mais lentos ainda. Isso acaba nos dificultando, porque os contratos são de prestação de serviços. Fazemos a manutenção corretiva dos selos mecânicos instalados nas refinarias. É todo um processo de remover a bomba, levar para a unidade fabril, remover o selo, limpar, embalar, preparar uma nota fiscal para os centros de serviços. Como já temos contrato, todas as peças e empregados já estão contratados. Mas é preciso enviar um relatório técnico para alguém avaliar e fazer um pedido de compra. E, com isso, os funcionários estão redobrando as precauções, o que fez o ritmo mudar, porque eles estão preocupados com eventuais auditorias. As pessoas que agem corretamente são velozes.

E quanto a novos projetos com a Petrobrás?

Sobre os projetos, o que está acontecendo é que não está acontecendo. A Petrobrás está totalmente paralisada. A maioria dos projetos que vinham caminhando foram interrompidos ou engavetados. O volume de expectativa para projetos novos é zero. Isso afeta o futuro. Os contratos de serviço são o nosso dia a dia, e estão garantidos. Mas os projetos, quando construímos selos para o futuro, são nulos.

O que a EagleBurgmann espera para esse e o próximo anos no mercado brasileiro?

Não creio que a relação seja melhor em 2016 do que neste ano. As perspectivas não são boas e não acredito que os projetos vão deslanchar. A Petrobrás está sem caixa para tocar isso, e ainda está extremamente endividada. É um misto de um problema de gestão com um certo azar, porque a Petrobrás ficou muito tempo vendendo gasolina mais barata do que comprava. Quando há uma melhora e a gasolina está mais cara no país do que fora do país, ela tem de enfrentar um dólar de R$ 3 e tantos. Então, quando ela importa, precisa gastar muito mais reais. Nós estamos então apostando em exportação.

Se não será no Brasil, onde a empresa vai investir dentro de alguns anos?

Vários países tem bons investimentos no setor. O Peru tem bons projetos e investimentos na parte de refinarias e de pipelines, assim como o Equador, a Bolívia, o Chile. Estamos trabalhando em projetos no sentido de nos relacionar com o Cone Sul, com um portfólio de produtos que não sejam apenas os selos mecânicos. Qualquer processo que envolva energia térmica precisa de juntas de expansão. Então, tendo que nos adaptar para continuar tendo sucesso, ja antevimos isso dois anos atrás e exploramos esse produto. Estamos concluindo um centro de serviços no Chile, que até metade do ano já estará operando, e temos o plano de abrir um escritório de vendas no Peru. Apresentamos o projeto de negócios, que está em discussão interna. Ainda existe uma pequena resistência por ser uma outra entidade legal, mas estamos vendo se podemos abrir o escritório em conjunto com outras empresas do grupo.

Quais são os principais produtos que a companhia tem desenvolvido no momento?

Dentro da linha de acoplamentos magnéticos, estamos desenvolvendo o DiamondFace, que é a deposição de diamante em faces de carbeto de silício do selo mecânico. mancais com elementos compostos por carboneto de silício e uma camada de diamantes. Isso permite que ainda que a bomba fique sem líquido por alguns instantes, que não haja dano ao mancal. Ele precisa trabalhar com algum fluido para não se prejudicar. Com a camada de diamantes, ele fica com atrito baixíssimo, o que o protege para esse tipo de situação.  Mais para o futuro, estamos desenvolvendo a selagem para bombas submersas, que trabalham mais no fundo dos proços de petróleo. Além disso, queremos juntas de expansão metálica, específicas para projetos de craqueamento catalítico.

E a EagleBurgmann pensa em abrir outras unidades no país?

No momento, estamos satisfeitos. Porém, se não fosse toda essa situação, nós a essa altura já teríamos um outro centro na cidade de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, perto do Suape e da Rnest. Como esssas plantas atrasaram muito e ainda não entraram em operação, não há necessidade de ter. Assim que a gente perceber que a coisa vai caminhar, o primeiro local no Brasil será lá.

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João Labareda. Recent comment authors
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João Labareda.
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João Labareda.

Parabéns a genialidade e inteligencia desta empresa. corram mesmo para o Chile, por que o Brasil nao merece mesmo. ai que inveja!!! Se eu pudesse começar tudo de novo também não faria nada aqui. mas também não no Chile, que ainda esta muito perto. quem sabe na Autralia, pois ai os braços do Lula, Dilma, Ze dirceu e todos os ladroes travestidos de comunistas que lutaram contra uma ditadura que nunca existiu, nao consigam chegar perto. infelizmente estes desgraçados ainda vao durar uns 20 anos de vida. eu sei que eles dao filhotes, filhotes da P…; tem ai uns Lindiberges… Read more »