POLÍCIA FEDERAL PRENDE O TESOUREIRO DO PT NA SEQUÊNCIA DA OPERAÇÃO LAVA JATO

A Polícia Federal  prendeu o  Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto em sua casa, em São Paulo. A prisão revela  o novo desdobramento da operação Lava Jato. Apesar de todas as evidências e , segundo a justiça, de “ provas robustas ”.  O petista nega envolvimento no esquema de corrupção que atingiu a Petrobrás nos últimos anos. Vaccari vai ficar preso em Curitiba, onde a investigação está sendo conduzida. A Polícia Federal também cumpriu mandados de condução coercitiva da mulher do mulher do tesoureiro, Giselda Rousie de Lima, que prestou depoimento em sua própria casa, e de prisão temporária de sua cunhada, Marice Correa Lima. O procurador do Ministério Público, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou que foi pedida a quebra de sigilo fiscal do tesoureiro. A prisão de Vaccari, segundo Santos Lima, foi solicitada há cerca de um mês.

No dia 9 deste mês, Vaccari foi ouvido pela CPI da Petrobrás na Câmara dos Deputados em Brasília. Ele defendeu as doações que o partido recebeu de empresas investigadas pela Operação Lava Jato e admitiu ter se encontrado com operadores do esquema de corrupção descoberto na estatal, mas evitou explicar os contatos. Vaccari  havia obtido uma liminar na Justiça que o desobrigava de falar a verdade, para não produzir provas contra si, mas ainda assim disse apenas o que interessava para sua defesa.

As doações ao PT estão sob suspeita porque, segundo o Ministério Público Federal, foram uma forma de pagamento da propina que empresas deviam ao PT para manter contratos com a Petrobrás. Delatores da Lava Jato afirmaram que Vaccari era encarregado de recolher propina cobrada pela diretoria de Serviços da estatal, que era dirigia na época por Renato Duque, que tinha o ex-gerente  executivo Pedro Barusco, tido como homem de confiança.

Barusco, que decidiu colaborar com as investigações, disse que parte da propina ficava com ele e outra parte ia para o PT. Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-gerente disse que ele e Duque se reuniam com Vaccari em hotéis para tratar da propina.

Vaccari confirmou ter estado no escritório do doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema de corrupção, como provam imagens obtidas pela Polícia Federal. O tesoureiro disse que Youssef lhe convidou para ir até lá, mas não disse o motivo. “Youssef mandou um recado para que fosse ao escritório. Não marcou data. Compareci, ele não estava e fui embora”, disse na CPI.