YOUSSEF VOLTA A AFIRMAR QUE ALTO ESCALÃO DO GOVERNO SABIA DA CORRUPÇÃO NA PETROBRÁS
Em depoimento à CPI da Petrobrás nesta segunda-feira (11), o doleiro Alberto Youssef (foto) voltou a afirmar que o alto escalão do governo nacional sabia do esquema de corrupção dentro da companhia. Confrontado com o que disse em sua delação premiada pelo deputado Bruno Covas (PSDB-SP), Youssef confirmou sua fala, na qual citava nomes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e dos ex-ministros Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, José Dirceu, Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e Edison Lobão.
Interrogado por deputados federais no auditório do prédio da Justiça Federal, em Curitiba, o doleiro ainda negou ser líder “dessa organização criminosa” e se declarou apenas como uma engrenagem dentro do esquema montado dentro da Petrobrás. Segundo ele, tudo começou quando Paulo Roberto Costa foi posto como diretor da companhia, e que quem liderava as ações era o ex-deputado, já falecido, José Janene (PP-PR).
O nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também foi confirmado pelo doleiro. Segundo Youssef, o parlamentar recebeu dinheiro do esquema indiretamente. O depoente afirmou que o empresário Júlio Camargo pediu a ele que pagasse a propina ao empresário Fernando Soares, que seria o operador do PMDB, para evitar que Cunha pedisse informações sobre o contrato da Petrobras com a empresa Toyo pelo aluguel de sondas pela Petrobrás.
Quando questionado sobre repasse de verbas para políticos em campanha, Youssef confirmou um repasse de R$ 1 milhão para Gleisi Hoffman (PT-PR), mas negou que teria sido feito um pedido pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci para que captasse fundos para a campanha de 2010 da presidente Dilma.
No início da tarde, o empresário Mário Góes, apontado como um dos operadores do esquema leu uma carta alegando estar com a saúde debilitada e que exerceria seu direito constitucional de se manter em silêncio. Com isso, os próximos a serem ouvidos hoje são o lobista Fernando Soares (Fernando “Baiano”), o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o operador Guilherme Esteves, a doleira Iara Galdino e o empresário Adir Assad.
Na terça-feira, estão marcados os depoimentos da doleira Nelma Kodama, do operador René Luiz Pereira, dos ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA), André Vargas (sem partido-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE) e, por fim, do doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto de gasolina em Brasília que deu nome à operação da Polícia Federal.
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