LUPATECH ENTRA COM PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A crise que atinge o setor de óleo e gás brasileiro leva mais uma companhia ao pedido de recuperação judicial, num momento em que a lista de grandes empresas na mesma situação já é grande. Agora é a vez da Lupatech, uma das principais fornecedoras de equipamentos para a Petrobrás, que fez o pedido em caráter de emergência nesta semana.
A decisão da companhia integra o atual cenário de adversidades por que passa o mercado de petróleo no país, afetado pelo baixo preço do barril no mundo e pelos desdobramentos da Operação Lava-Jato. A empresa já havia passado por um processo de recuperação extrajudicial ao longo dos dois últimos anos, buscando renegociar uma dívida de US$ 300 milhões com detentores de títulos da companhia. O endividamento de R$ 1,6 bilhão do grupo caiu para cerca de R$ 400 milhões com o processo, que estabeleceu negociações externas às vias judiciais.
A crise instaurada na Petrobrás atingiu diretamente a empresa gaúcha, que tem na estatal sua principal cliente: aproximadamente 85% da receita do grupo é originada de contratos com a companhia. Ao entrar com o pedido de recuperação, a Lupatech passa a integrar a crescente lista de empresas que passam por esse processo em decorrência da Operação Lava-Jato. Nos últimos meses, o grupo OAS entrou com o processo para amenizar seu endividamento de R$ 8 bilhões, seguido Schahin (R$ 6,5 bilhões), Iesa (R$ 3,5 bilhões), Galvão Engenharia (R$ 1,6 bilhão), Alumini Engenharia (R$ 1 bilhão) e Jaraguá Equipamentos (R$ 700 milhões).
O pedido de recuperação judicial da Lupatech, apresentado na comarca de São Paulo, busca facilitar à empresa o acerto de seus endividamentos. Em comunicado, a companhia gaúcha afirmou que vem se esforçando para negociar com seus credores, para desmobilizar ativos não estratégicos e buscar possíveis investidores para equilibrar suas finanças neste momento de dificuldades. “A decisão de ajuizar o pedido de recuperação (…) tem por objetivo preservar o valor da companhia, sua função social e o estímulo à atividade econômica, atendendo de forma organizada aos interesses de seus credores e acionistas e contingenciando de maneira responsável os ativos”, afirmou a empresa.
Após o despacho do juiz, a empresa deverá ter 60 dias para apresentar seu plano de recuperação à Justiça. Caso contrário, terá decretada a falência. A decisão ainda deve ser confirmada pelos acionistas em uma assembleia, no dia 11 de junho. Se o pedido se confirmar, a empresa terá seis meses para buscar acordo com seus credores para plano de recuperação.
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