COSTA E YOUSSEF SE ENCONTRAM NESTA SEGUNDA PARA ACAREAÇÃO DA LAVA-JATO
O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa (foto), irão se encontrar nesta segunda-feira (22) para um processo de acareação com a Polícia Federal. Acusados de envolvimento com esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, os dois deverão esclarecer as divergências que vem sendo apresentadas em seus depoimentos.
O objetivo da acareação, que ocorre na sede da PF em Curitiba, é contrapor as declarações dos investigados. De acordo com a defesa do caso, as principais questões a serem analisadas dizem respeito à operação de pagamentos de propina a políticos.
“O Paulo Roberto Costa diz que foi o Youssef que operacionalizou, e o Youssef diz que não foi ele. Ele não nega a existência dos pagamentos, mas contesta a operacionalização”, afirmou um dos advogados do doleiro, Tracy Reinaldet. O advogado que representa o ex-diretor da estatal, João Mestieri, afirma que existe interesse por parte de seu cliente em esclarecer as contradições estabelecidas entre os depoimentos. Ele ressalta, no entanto, que Costa, segundo consta nas delações, “disponibilizava valores, mas jamais fez qualquer tipo de entrega ou remessa. Isso estava a cargo de outras pessoas, basicamente Youssef e as pessoas que trabalhavam para ele”, indicou o advogado.
Uma das principais divergências apresentadas no processo de delação é relativa à entrega de R$ 2 milhões ao ex-ministro Antonio Palocci para a campanha presidencial de Dilma Rousseff, além de outros R$ 2 milhões para Roseana Sarney, a pedido do senador Edson Lobão (PMDB-MA). Em seus depoimentos, Costa afirma ter ordenado a Youssef a entrega do dinheiro nos dois casos, o que o doleiro nega. “Eu acho que o Paulo se equivocou e se os doutores acharem necessário a gente ter uma conversa juntos, estou à disposição”, afirmou Youssef em reunião recente.
Há também contradições acerca de um repasse de R$ 10 milhões ao PSDB, em manobra para que fosse evitada uma CPI sobre a Petrobrás no Congresso em 2009. Costa afirma ter se reunido com o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e com o senador Sergio Guerra (PSDB-PE) para firmar o acordo, do qual Youssef diz não ter conhecimento. O ex-diretor da estatal afirma também que o então secretário do governo de Pernambuco, Fernando Bezerra (PSB), pediu R$ 20 milhões para o financiamento da campanha de Eduardo Campos para sua reeleição em 2010, em acordo também nunca mencionado por Youssef.
O doleiro permanece detido no Paraná, enquanto Paulo Roberto Costa cumpre prisão domiciliar.
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