MINISTRO DA JUSTIÇA DIZ NA CPI QUE ENCONTRO COM DILMA E LEWANDOWSKI EM PORTUGAL FOI NORMAL E AMEAÇOU PUNIR QUEM COLOCOU ESCUTAS NA CELA DE YOUSSEF.
Com um ar bastante confiante, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prestando depoimento à CPI da Petrobrás nesta quarta-feira (15), prometeu punir os responsáveis por instalar escutas ilegais nas dependências da Polícia Federal no Paraná. Em abril do ano passado, a PF encontrou aparelhos de escuta na cela do doleiro Alberto Youssef. Pouco mais de um ano depois, a corporação localizou outro aparelho de escuta em uma área comum da superintendência do Paraná. A Corregedoria da Polícia Federal, sediada em Brasília, investiga os episódios na busca de se saber os reais motivos desta ilegalidade.
“Se ficar provado que existem escutas ilegais – disse o Ministro – isto é um ato gravíssimo, pouco importando a razão. Se a razão era investigar ou se a razão era outra, de qualquer natureza, haverá punições”.
Ele prometeu tomar providências criminais e administrativas. A instalação do grampo ilegal na cela de Youssef poderia causar a anulação de provas obtidas na Lava Jato e o afastamento dos investigadores, o que favoreceria os alvos da operação. A sindicância inicial sobre o grampo na cela, aberta na própria superintendência paranaense, foi arquivada. Mas, um ano depois, já em maio de 2015, o agente Dalmey Werlang disse ter instalado o aparelho por ordem de três delegados: dois da Lava Jato, Igor Romário e Márcio Anselmo, e o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Franco. O caso foi reaberto e agora é de atribuição da Corregedoria da Polícia Federal.
O Ministro falou também sobre o encontro dele com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, em Portugal, no início do mês. Cardozo escorregou ao dizer que o episódio foi algo “absolutamente normal”. Segundo ele, a reunião foi marcada na cidade do Porto porque esse era o melhor local, dada a agenda cheia tanto de Dilma quanto de Lewandowski e do próprio ministro da Justiça. O ministro negou que a operação Lava Jato tenha sido tema do encontro. A única pauta da reunião, disse ele, foi a proposta de aumento para os servidores do Judiciário. Falar, ele falou. Mas não convenceu aos muitos parlamentares oposicionistas que estavam presentes.
O Ministro da Justiça também afirmou que a honestidade de Dilma Rousseff é “inatacável” e disse ter certeza de que a investigação da Lava Jato não descobrirá nenhum ilícito praticado por ela e botou a mão no fogo:
“Nenhum fato relacionado a desvio de dinheiro público, corrupção ou improbidade chegará próximo da presidente Dilma Rousseff. Eu garanto”.
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