DUQUE, GÓES, VACCARI E MARCELO ODEBRECHT OPTAM PELO SILÊNCIO EM DEPOIMENTO

Mais um dia de silêncio. Assim pode ser resumida esta sexta-feira (17), data em que seriam ouvidos o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e Mário Góes, apontado como um dos operadores do esquema. Os depoentes optaram por não responder aos questionamentos feitos na audiência da Justiça Federal.

O advogado de Renato Duque, Alexandre Lopes, afirmou que não havia razão para prestar depoimento para um juiz que “já o condenou mesmo sem ter proferido sentença”.

O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht (foto), também teve de se apresentar na sede da Polícia Federal para prestar depoimento. Na parte da manhã o executivo respondeu todas as perguntas relativas ao bilhete manuscrito entregue a seus advogados sobre “destruir e-mails”. No entanto, Odebrecht voltará a depor de tarde, e a expectativa é de que sua defesa adote a mesma estratégia dos depoentes da parte da manhã, se mantendo calado.

O juiz Sérgio Moro, após ouvir o presidente da empreiteira, determinou que a Polícia Federal suspenda a tramitação do inquérito policial que investiga o bilhete escrito pelo empresário. De acordo com o magistrado, a apreensão pela PF violaria o sigilo profissional.

O juiz disse que até ele decidir o que será feito, a Polícia Federal “deverá abster-se de qualquer referência ao bilhete no relatório e conclusão do inquérito relativo aos supostos crimes de cartel, ajuste de licitação, corrupção e lavagem da Odebrecht”.