CESI APOSTA EM NOVAS TECNOLOGIAS E NO CRESCIMENTO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO BRASIL
Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –
Caminhando junto a uma tendência mundial de utilização de energias limpas e renováveis, o Brasil deve expandir sua capacidade de geração distribuída, eólica e solar, ao longo da próxima década, aliviando a carga de investimentos atualmente direcionada aos sistemas de transmissão e distribuição no país. A perspectiva de mudança é hoje uma realidade para o setor energético: estima-se que as 534 unidades de geração distribuída presentes no país se expandam para um total de 700 mil até 2024. Nesse cenário, é fundamental que as empresas abram os olhos para novas tecnologias, afirma o gerente da área de distribuição do CESI Brasil, Mauro Carmello, que enxerga uma gradual mudança na direção dos investimentos do mercado brasileiro. Apostando em sistemas de telemedição e smart grids, a empresa de consultoria incentiva métodos inovadores que reduzam custos operacionais e garantam uma melhor qualidade no serviço oferecido pelas distribuidoras atuantes no país. “Isso é atingido com tecnologias que permitam fazer operações de forma remota, evitando idas ao campo e permitindo que sejam detectados problemas de forma eficiente. As distribuidoras não têm um ganho forte com a implantação desses projetos, mas acabam ganhando pelo investimento”, explica Carmello, que observa com otimismo as tendências da economia brasileira para os meses que estão por vir.
Como avalia o atual momento do setor de energia elétrica no país?
Atualmente, a crise econômica está atingindo fortemente as empresas do setor. Algumas medidas tomadas pelo governo há dois anos também trouxeram grande impacto, como a redução das tarifas e a lei sobre a antecipação da renovação dos contratos de concessão. Então somando a isso a crise hídrica, houve certa turbulência. As distribuidoras sofreram bastante em 2014, tiveram problemas de caixa, mas vão se recuperar com os ajustes tarifários.
Quais as perspectivas para o futuro?
Há uma tendência de recuperação para os próximos anos. Estamos passando por um momento de crise que afeta o faturamento das empresas, mas o setor está tentando se estabilizar. Eu vejo isso com otimismo, porque é algo momentâneo. A economia vai entrar nos eixos e o país vai voltar a caminhar nos trilhos.
Quais os atuais projetos do CESI no Brasil?
O CESI tem várias divisões no mundo, mas no Brasil estamos voltados para a consultoria na área de transmissão e distribuição de energia. Estamos aqui há dois anos e temos presença na linha de transmissão que liga Porto Velho (RO) a Araraquara (SP), ajudando o consórcio responsável pelo projeto com nossa expertise e experiência. Na área de distribuição, estamos focando em projetos que envolvem inovação e tecnologia, como de telemedição e smart grid. Isso ajuda a automação da distribuição e a ampliação da geração distribuída no Brasil.
Existe uma tendência de ampliação desses projetos no país?
O Brasil tem hoje, de acordo com dados de maio deste ano, 534 unidades de geração distribuída, e existe uma previsão de que em 2024 haverá um total de 700 mil pontos. Isso é um desafio muito grande, e deve acontecer à medida que a sociedade passar a enxergar os benefícios trazidos. O mundo está caminhando, principalmente na Europa, para um maior uso de placas solares fotovoltaicas e geradores eólicos. Acho que a tendência é diminuir a geração distribuída à combustão e ampliar a solar e a eólica. A ideia é modular a carga para aliviar investimentos em redes de transmissão e distribuição. Esses assuntos estão em pauta nas empresas e são discutidos pelos órgãos reguladores, mas ainda estamos um pouco atrás de outros países nessa área.
Que projetos têm atraído maior investimento?
As empresas tendem a investir em melhorias de infraestrutura. O grande volume movimentado por elas é justamente para cabos, transformadores, postes e tudo que puder melhorar a qualidade de seu serviço. Mas caso você não use novas tecnologias, isso chega a um limite. Então as empresas acabam pegando uma parte do dinheiro e investem em projetos para melhorar o desempenho e diminuir o custo operacional; quanto mais eficiente, melhor. Isso é atingido com tecnologias que permitam fazer operações de forma remota, evitando idas ao campo e permitindo que sejam detectados problemas de forma eficiente. As distribuidoras não têm um ganho forte com a implantação desses projetos, mas acabam ganhando pelo investimento.
Que parcerias têm sido feitas?
Nós trabalhamos com parceiros locais, pessoas que estão no mercado e nos auxiliam com projetos. A companhia que ganha uma determinada obra, seja para nova tecnologia ou para construção de uma linha, acaba fazendo parceria, e esses são nossos principais clientes. O CESI entrou no Brasil com uma visão de futuro, para ajudar as empresas a experimentar projetos de melhoria de qualidade. Essas empresas podem ficar um ou dois anos com poucos investimentos, mas depois desse tempo o impacto passa a ser brutal, com uma grande degradação e queda na qualidade do serviço.
Como o CESI pretende crescer no país?
A empresa busca oportunidades para desenvolver o negócio, trabalhando com nossa experiência em smart grids, automação, pesquisa e desenvolvimento. Não é um trabalho fácil no atual momento, mas consideramos o Brasil uma grande oportunidade. A crise é temporária e os projetos de infraestrutura são longos, então isso se expande a longo prazo. O setor é muito maduro em relação a isso.
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