APÓS ABERDEEN, ONIP PREPARA NOVA MISSÃO PARA FEIRA NA HOLANDA

Jorge BrunoOrganizar uma missão com representantes de 21 empresas nacionais não é uma tarefa simples. A experiência requer muito trabalho prévio, além das preocupações durante o evento. O superintendente da Organização Nacional das Indústrias do Petróleo (Onip), Jorge Bruno, comentou as dificuldades e expectativas que cercam os empresários decididos a participar da SPE Offshore Europe 2015, maior feira do setor de óleo e gás europeia, realizada na última semana em Aberdeen, Escócia. Segundo o executivo, os empresários que vão à feira esperam ter retorno do investimento feito, na forma de contatos e conhecimento tecnológico, por exemplo. Neste ano, os representantes que foram à Aberdeen participaram de uma nova atividade desenvolvida pela Onip, uma gincana tecnológica, uma espécie de desafio aos empresários brasileiros na feira, que devem buscar maneiras de otimizar ou buscar referências no segmento em que atuam. Agora, a organização já se prepara para a próxima missão, que se voltará a uma feira na Holanda, em novembro.

Como é montada uma missão brasileira como a que foi para a SPE Offshore Europe desse ano?

Antes de uma missão acontecer, o primeiro trabalho da Onip é ver o perfil da feira, o principal foco dela. Nós já conhecemos essa feira de outras edições e sabíamos exatamente o que iríamos encontrar. A partir disso, vimos que era importante entender o outro lado, ou seja, os empresários que viriam para cá e conhecer cada empresa, o que ela faz e o que ela pretende na feira. A seleção foi feita através da CNI. As empresas responderam a um questionário dizendo o que esperavam encontrar em Aberdeen. O trabalho da Onip foi olhar o portfólio das empresas expositoras e fazer um casamento de agendas. Diversos outros trabalhos também foram realizados, como o levantamento de tecnologias de ponta, identificação de gaps tecnológicos no Brasil, além de uma investigação em cima dessa tecnologia, para voltar ao país e informar aos empresários que não puderam ir sobre o que foi tratado na feira. O trabalho inicial inclui um roteiro definido previamente para servir como base a uma visita guiada. Neste momento, os empresários saem da programação simplificada do evento e têm contato com lados menos explorados durante o evento. Começamos com tecnologia submarina, depois mostramos os equipamentos e serviços especializados que compõem o mundo do offshore. Temos também as reuniões institucionais como uma rodada de negócios. Já temos uma próxima missão organizada, desta vez para uma feira holandesa, na primeira quinzena de novembro e já começamos a fazer contato com empresas de lá.

As empresas presentes na SPE Offshore Europe tinham conhecimento sobre o mercado brasileiro?

Sim. O conhecimento era mais profundo do que imaginamos. Bastou conversar com alguns empresários especializados em mercado brasileiro e pudemos ver que eles tinham seus próprios books com informações do país, como situação econômica, potencialidades, mercados em crescimento, mercados maduros, até mesmo questões culturais como usos e costumes, o que falar e o que evitar falar. O mesmo fato ocorre na Holanda. Fico lisonjeado com esse carinho.

Como foi a visita guida pela feira?

A visita guiada é um dos pontos altos das missões, já que sempre podemos avistar novidades, por mais que o empresário conheça bastante do segmento. A receptividade aos empresários brasileiros foi muito alta e é sempre um momento de descontração, no qual a delegação mostra sua cara e marca presença na feira.

Como acontece a rodada de negócios?

A rodada de negócios começa muito antes da feira e foi muito bem preparada pela UKTI, olhando as empresas brasileiras e marcando encontro com os empresários internacionais.

O que é mais interessante para as empresas brasileiras: formar uma joint-venture ou representar uma empresa estrangeira?

Na minha visão como Onip, acredito que o empresário que vai até Aberdeen quer retorno sobre o investimento, seja na forma de contatos, descoberta de tecnologia ou ganhos inegáveis de relacionamento entre as empresas que compõem a missão brasileira. O empresário, quando participa de uma missão como a que organizamos, tem que pesar todos os aspectos em torno de parcerias e em certos casos é melhor representar e em outros é melhor formar uma joint-venture.

Nesse ano foi realizada uma gincana entre as empresas. Como ela funcionou?

A gincana tecnológica é uma novidade que lançamos em Houston, durante a Offshore Technology Conference (OTC) deste ano. Criamos uma atividade para os empresários, além das que eles participam normalmente. Eles receberam um desafio: olhar o que já estão produzindo e buscar referências em empresas que possam estar já um passo à frente ou maneiras de otimizar o que já vem sendo feito. Nós da Onip ficamos responsáveis por montar uma banca, que recebe as sugestões dos empresários. Já no Brasil, eles fazem uma apresentação específica para a banca – composta por Onip, Finep, Centros de Tecnologia, Certificadoras, Demandantes -, e uma série de orientações é dada ao empresário no fim da sua apresentação.

Algum resultado já foi alcançado com a gincana de Houston?

Sim. Seis projetos já estão sendo iniciados graças à nossa gincana. De Aberdeen, nós estamos voltando para o Brasil com dez projetos organizados por empresas como Teknofil, Progeo e Gramaq, por exemplo.

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