EMBARCAÇÕES ENCOMENDADAS ATRAVÉS DO FUNDO DA MARINHA MERCANTE ESTÃO PARADAS NA COSTA BRASILEIRA
O Fundo da Marinha Mercante (FMM) foi criado para investir em novas embarcações de apoio à indústria do petróleo. No entanto, os ventos do mercado sopraram em outra direção e, se a expectativa era de constante aumento de demanda, hoje cerca de 30 barcos offshore nacionais estão parados sem utilização. Os investimentos nessas embarcações giram em torno de R$ 1 bilhão, valor que se encontra hoje parado e se deteriorando.
As empresas que conseguiram os financiamentos do FMM já começam a pensar na possibilidade de renegociar condições de financiamento com os agentes financeiros do fundo – BNDES, Caixa e Banco do Brasil. Ao todo, 8% da frota de barcos offshore no Brasil, entre nacionais e estrangeiros, está parada, sem nenhum tipo de atividade.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Ronaldo Lima (foto), pede uma maior previsibilidade de demanda por parte da Petrobrás, maior contratadora. O preço do barril de petróleo afetou diretamente a indústria mundial de petróleo, mas o Brasil conta ainda com a particularidade da Petrobrás, que atravessa um momento delicado devido às denúncias da Operação Lava Jato.
Uma carta foi enviada à estatal pedindo que a companhia informe qual será a demanda para o segmento nos próximos dois anos. A falta de projetos já está afetando a vida de muitos trabalhadores que atuam neste mercado. De janeiro até agora, em uma amostra com 27 das 42 empresas ligadas à Abeam, 670 pessoas perderam seus postos de trabalho no país, entre oficiais e guarnição.
Outro programa desenvolvido para incentivar a indústria naval, o Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam), também está passando por um momento diferente do cenário imaginado alguns anos atrás. De acordo com a Abeam, a última licitação para construção de novos navios foi em novembro do ano passado e os que já foram construídos dentro do plano não estão tendo seus contratos renovados.
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