BUMLAI CONFIRMA REPASSE DE R$ 12 MILHÕES PARA O PARTIDO DOS TRABALHADORES EM DEPOIMENTO À PF
A política nacional passa por um período turbulento com a prisão de políticos e empresários envolvidos em esquemas de corrupção em diversos níveis. Depoimentos e delações premiadas têm mostrado o caminho do dinheiro, saindo de estatais para partidos políticos, para os próprios políticos e executivos. Na última segunda-feira (14) foi a vez do pecuarista José Carlos Bumlai dar sua versão dos fatos à Polícia Federal, em Curitiba.
Amigo do ex-presidente Lula, Bumlai admitiu que o empréstimo de R$ 12 milhões tomado junto ao Banco Schahin teve como destino o Partido dos Trabalhadores. De acordo com ele, quem sugeriu o negócio foi presidente do banco Schahin, Sandro Tordin, que já fechou acordo de delação premiada junto à família Schahin.
O pecuarista relatou que no dia seguinte estiveram na sua residência em Campo Grande (MS) o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, outras pessoas do partido, das quais não lembra o nome porque “nem abriram a boca na reunião” e Tordin, já com uma cópia do contrato em mãos.
O depoimento desta semana contradiz o dito no último dia 30, quando Bumlai afirmou que o valor obtido junto ao Banco Schahin tinha como função servir de sinal na compra de uma fazenda do Grupo Bertin. Os R$ 12 milhões nunca foram pagos, conforme dito por Salim Schahin, e admitido por Bumlai, que disse ter fraudado a transferência de embriões de gado para quitar a dívida.
O empréstimo foi dado como quitado sem qualquer juro no dia anterior a assinatura do contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, entre Petrobrás e Schahin, em 2006. De acordo com os investigadores, esse negócio só foi realizado como uma compensação do repasse de 2004.
Bumlai foi além e disse acreditar que o PT usou de laranjas para a obtenção de empréstimos junto ao Banco Schahin. Os valores seriam destinados à formação de ‘caixa-dois” para campanhas eleitorais do partido. Apesar da sua proximidade ao núcleo duro do PT, o pecuarista está preso desde o dia 24 de novembro.
No final da tarde desta terça-feira(15), a Schahin divulgou a seguinte nota oficial:
“A propósito das notícias veiculadas, o Grupo Schahin informa que:
A Schahin Engenharia S.A — empresa em recuperação judicial — atua na área de petróleo desde 1982, sendo que desde 1989 também na prospecção de poços em águas profundas, quando foi pioneira no Brasil ao trazer o primeiro navio sonda de posicionamento dinâmico para a Bacia de Campos.
O modelo de contratação adotado foi o mesmo praticado pela Petrobras com todas as concorrentes que prestam iguais serviços de afretamento, incluindo as empresas estrangeiras da Schahin, regularmente constituídas e declaradas à Receita Federal. As licitações obedeceram a mesma estrutura e as mesmas exigências praticadas há décadas pela Petrobras.
Apesar de seguir rigorosamente todas as normas, a partir de 2012, a Schahin passou a ser alvo de devassa e perseguição, sem direito a quaisquer dos princípios e garantias assegurados ao contribuinte. Essa perseguição foi estendida aos funcionários da empresa, procuradores, além de diretores e acionistas. Este ano, a Schahin foi notificada de uma autuação bilionária e irreal, o que foi feito ao largo da lei e do direito.
A autuação foi tempestivamente objeto de veemente impugnação pela Schahin e ainda não foi apreciada pelos órgãos administrativos competentes. Ainda assim, a Receita pediu o bloqueio de todos os bens da empresa, de seus acionistas e até de seus funcionários. O abuso foi corrigido pela Justiça, que já desbloqueou 90% dos ativos envolvidos.
A Schahin rechaça de forma veemente todas as informações fornecidas à Imprensa pela Receita Federal — que desobedece os mais comezinhos princípios do dever de sigilo fiscal — e esclarece que esses episódios nada têm a ver com a chamada “operação Lava Jato”.
A empresa reputa por inverídicas e caluniosas versões veiculadas pela imprensa a respeito dos navios Cerrado e Sertão. A embarcações foram tomadas por seus credores em meio a uma acirrada disputa judicial, contrariando, inclusive, uma ordem da Justiça Federal para que as embarcações permanecessem em águas nacionais.
As declarações dadas pelo representante do Fisco à imprensa ignoram que os credores conseguiram a retirada dos navios com ordem da Justiça estadual, apesar dos recursos contrários impetrados pela Schahin. Antes, a empresa havia notificado a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional sobre esse risco, a qual pediu à Justiça Federal o bloqueio dos ativos, não sendo atendida. Ao propagar invencionices, o auditor fiscal ouvido pelos jornalistas coloca em xeque a conduta dos juízes que despacharam no caso.”
Esse cara acha todo mundo idiota, como alguém visita alguém com um contrato destes e já pronto… Como começou o assunto, indicado por quem?
Delúbio Soares é do primeiro mandato do Lula e foi afastado no mensalão… Com quem o Bumlai falou anteriormente e ordenou fazer o contrato de emprestimo? Quais os interesses e garantias teria?
Diga-me Bumlai onde moras, que também farei um contrato desse com o senhor, já que a divida concebida, é perdoada antecipadamente no ato!