PETROBRÁS E GRUPO J&F FECHAM ACORDO DE CURTO PRAZO PARA FORNECIMENTO DE GÁS NATURAL PARA TÉRMICA DE CUIABÁ
Um acordo para fornecimento de longo prazo de gás natural ainda não foi alcançado pela Petrobrás e pelo Grupo J&F, detentor de marcas como Havaianas e Friboi, mas a possibilidade de fechamento da termelétrica Mário Covas, em Cuiabá (MT), foi afastada momentaneamente. As partes envolvidas assinaram um contrato válido até 15 de janeiro.
A usina tem capacidade instalada de 529 MW e foi adquirida pela J&F em janeiro deste ano, quando a empresa adquiriu a Empresa Produtora de Energia (EPE), dona da planta. Alugada pela Petrobrás, a usina rendia cerca de US$ 1 bilhão por ano para a estatal, mas a nova dona rompeu unilateralmente o contrato, para colocar o empreendimento em leilões de energia.
A térmica de Cuiabá, no entanto, ainda é dependente da Petrobrás, já que o fornecimento de gás é detido pela companhia. A partir desse ponto, os problemas começaram a surgir para a EPE. As negociações têm se arrastado e a empresa já entrou com uma medida preventiva junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para “obrigar a Petrobras a fornecer gás natural boliviano, em condições não discriminatórias e competitivas”.
Do outro lado da mesa de negociações está a Petrobrás, que vê erros no cálculo do valor, pois levaria em consideração o custo do gás boliviano “quando o custo marginal de atendimento ao mercado brasileiro atualmente tem como base o custo de importação de GNL, o que implicaria em inadmissível e ilegal subsídio lesivo à Petrobras em prol da maximização dos benefícios privados da EPE”.
A J&F buscou um contrato de longo prazo com a YPFB, mas não chegou a um acordo com a estatal bolivina. A empresa passou então as atenções para a Petrobrás, solicitando o repasse do insumo a preço de mercado, fato negado pela petroleira nacional, que aceitou manter o fornecimento cobrando uma taxa a mais pelo gás.
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