AUTORIDADES NORUEGUESAS APURAM PAGAMENTO DE PROPINAS DENTRO DA PETROBRÁS

O pagamento de propinas dentro da Petrobrás tem se mostrado como uma prática comum dentro da companhia. Investigações nesse sentido vêm sendo realizadas na Noruega, para apurar a suspeita de que empresas do país tenham pago cerca de R$ 140 milhões para ex-diretores da estatal, além de agentes e autoridades no país.

A especialista em perfurações Sevan Drilling surge como principal investigada, com movimentações suspeitas para contas na Suíça, Ilhas Virgens Britânicas, Panamá e Mônaco. O pagamento de propinas seria realizado através do representante da empresa no Brasil, Raul Schmidt Felippe Junior.

Schmidt é visto como próximo ao ex-diretor da área Internacional Jorge Zelada, já condenado pelo crime de fraude, dentro da Operação Lava Jato. Ambos mantinham a empresa TVP Solar, em Genebra. As atividades da empresa estão sendo investigadas, sob suspeita de ter feito operações para camuflar recursos desviados da Petrobrás.

A empresa se utilizou de pagamentos ilegais para garantir contratos com a Petrobrás na compra de instalações para estocagem e navios, além de material de perfuração das subsidiárias Sevan Driller e Sevan Brasil, de acordo com uma auditoria realizada pelo escritório Selmer, em Oslo.

A própria empresa buscou entender as ligações entre Schmidt e a Sevan Drilling. Em 2007 ele deixou a empresa e fundou a Global Offshore, que passou a servir como agenciadora para contratos junto a Petrobrás, com uma comissão de 3% em contratos de US$ 975 milhões. Com um novo presidente, as relações entre as empresas passaram a ser olhadas mais de perto.

Os pagamentos deixaram de ser feitos em 2010, quando a Sevan Marine e a Sevan Drilling se separam. Um questionário com informações sobre o destino do dinheiro passou a ser exigido, mas o operador brasileiro se negou a preencher os papeís. O presidente da nova empresa abriu uma auditoria interna e repassou os resultados obtidos para as autoridades norueguesas.