EMPRESAS DE BUMLAI CONVOCAM CREDORES PARA ASSEMBLEIA SOBRE PLANO DE RECUPERAÇÃO
Os credores afetados pelas empresas de energia, açúcar e etanol do pecuarista José Carlos Bumlai, preso por conta de acusações relacionadas à Operação Lava Jato e amigo íntimo do ex-presidente Lula, foram convocados para uma assembleia no dia 10 de março, com o intuito de avaliar o plano de recuperação judicial apresentado perante à justiça.
A convocação inclui as empresas São Fernando Açúcar e Etanol, São Fernando Energia I, São Fernando Energia II, São Marcos Energia e Participações e São Pio Empreendimentos e Participações, que compõem o grupo São Fernando.
As dívidas do grupo são avaliadas em cerca de R$ 1,2 bilhão, sendo mais de R$ 300 milhões ao BNDES, que teria feito empréstimos mesmo após uma das empresas do grupo se tornar inadimplente em relação a outros créditos concedidos pelo banco.
Os empréstimos foram feitos entre 2008 e 2012, sendo que R$ 395,2 milhões foram liberados diretamente para a usina de álcool e açúcar do empresário nos dois primeiros anos. Já em 2012, o banco fez operações intermediadas pelo BTG Pactual e pelo Banco do Brasil, no valor de R$ 101,5 milhões para a São Fernando Energia, outra empresa do grupo, que mantém os ativos nos nomes dos filhos de Bumlai.
Quando o pecuarista foi preso, em novembro do ano passado, o Ministério Público Federal afirmou que uma questão que chamou a atenção dos investigadores era a existência de sucessivos empréstimos que não eram pagos e continuavam sem ser cobrados, inclusive com a liberação de novos recursos.
“Algumas empresas nunca cobraram dos devedores e alguns devedores nunca pagaram. Alguns desses empréstimos ficaram cinco, seis, até nove anos sem serem pagos. Não se verificou a cobrança de juros, nem o credor exerceu algum poder de cobrança sobre o devedor. Nem empresas, nem bancos, sendo que têm agentes políticos e agentes privados como beneficiários”, afirmou na ocasião o auditor da Receita Federal Roberto Leonel, que integrou as investigações conjuntas com a Polícia Federal e o Ministério Público.
Deixe seu comentário