A ARTE DE MENTIR

Quanto mais uma pessoa quer mostrar o que não é, mais mostra o que ela realmente é. Foi o que se revelou nas atitudes em on e em off do ex-presidente e agora ex-ministro Lula. É na intimidade que se desnuda. Que se despe e se contam verdades inconfessáveis publicamente. A divulgação de suas conversas, devidamente autorizada pela Justiça Federal, mostrou toda sua arrogância, prepotência, ignorância, preconceito e incitamento à violência, passando frontalmente por cima de qualquer bom senso. E, em se tratando de uma autoridade pública, exemplo para uma geração de brasileiros, o fato é ainda mais grave.

O que mais parece a verdade é a mentira. O Luiz Inácio da intimidade não chega nem de perto da imagem criada para o Lula. O Lula da fantasia de bom moço, coitadinho e iletrado. A sua atitude real foi a que chegou mais perto de sua auto personificação para mostrar a sua personalidade. A cobra Jararaca é ardil, venenosa, mortal, violenta e traiçoeira.

Mesmo fora da Presidência da República, teve a ousadia de ligar para ministros do governo como se fosse o próprio mandatário e determinar que eles praticassem atos ilegais e imorais em benefício dele mesmo, como a ordem que impôs ao atual Ministro da Fazenda para que a Receita Federal parasse as investigações sobre seu instituto, cobrando de maneira chula providências contra a chefia da autarquia. E o pior, com a subserviência do próprio ministro, intimidado pela verborragia intempestiva.

O país está totalmente paralisado. Os negócios no setor de petróleo, gás e energia não destravam. Nada vai para frente na expectativa de uma solução política. Fala-se num país divido por duas forças. Às favas com esta afirmação. Já há apoio ao impeachment por parte de 68% da população. Há pequenas divisões, mas o país está longe de estar dividido, quando se veem mais de 3,5 milhões de pessoas em mais de 350 cidades brasileiras protestando espontaneamente, trazendo as famílias para as ruas, com as bandeiras brasileiras, colocando políticos oportunistas para fora dessas manifestações. E, mais do que isso: apoiando o grupo de investigadores, personificado na figura emblemática do juiz Sergio Moro. Os protestos dizem claramente: Basta! Não queremos mais ser roubados!

Do outro lado, manifestações de apoio a Dilma e a Lula, orquestradas por um partido político e entidades que vivem sugando o dinheiro do governo federal, como a CUT, UNE, MST, Sindicatos e outras instituições que estão se locupletando com o dinheiro público recebido sem o suor delas. No meio dessa massa de oportunistas, pessoas de bem que ainda querem acreditar que a figura de Lula precisa ser preservada. O ídolo, no imaginário, é intocável. Resiste mesmo diante dos fatos, das evidências, das confissões, do absurdo, da falta de explicações claras.

Se o sítio não é de Lula, porque os “reais proprietários” precisam da autorização do filho dele para entrarem? Por que não há nenhum objeto, uma peça de roupa, uma escova de dente, dos “reais proprietários”? E por que, diabos, a Odebrecht e a OAS fizeram obras de ampliação e reformas de graça para os “reais proprietários”, que sequer conhecem ou tem alguma relação? Se Lula explicar ou tentar explicar apenas estes fatos amplamente comprovados, as pessoas que ainda defendem seu nome terão bons argumentos para renovar a confiança nele. Esquece-se até que ele não tem propriedade qualquer em seu nome. Que tudo é em nome de terceiros. Que sempre tem alguma empresa doando para sua sobrevivência. Qual o interesse de empresas doarem mais de R$ 30 milhões para um instituto que leva seu nome? Que paga por serviços aos próprios familiares diretamente? Do filho que recebe R$ 2,5 milhões de um lobista para compilar textos da internet. Isso parece razoável para alguém que não tenha Inácio Lula da Silva como sobrenome? Todas as vezes que viaja para Brasília, usa jatinhos. Quem paga por estas viagens? O PT, o Instituto Lula, o governo, alguma empresa ou ele mesmo?

As instituições sérias brasileiras estão dando boas respostas ao que está se vivenciando. O futuro ex-senador Delcídio do Amaral, na revista Veja desta semana, e no Jornal Nacional de sábado (19), joga mais gasolina na fogueira que está ardendo a vida de políticos desonestos. Ele não poupa ninguém. Não se exime e dá nome aos bois. Tudo precisa ser investigado. Todos. Nenhum político acusado pode ficar de fora da malha das apurações. E um empresário, dono de enormes segredos, como Marcelo Odebrecht, poderia dar verdadeira lição de arrependimento e honestidade, se concordasse em fazer delação premiada. Condenado ele já está. Colocar todos os nomes na mesa, seja de quem for, de que partido for, de que estatal for, seria um bom exemplo para os seus próprios filhos,  um favor à sua consciência. Um respiro de patriotismo. O nosso país merece passar por esta catarse e sobreviver para vivenciar uma nova época nos negócios. Só assim premiaremos os melhores e daremos exemplos às nossas crianças, aos jovens,  de que vale a pena ser honesto e que o bem sempre vencerá.