CONSELHO E DIRETORIA DA PETROBRÁS ENTRAM EM CONFLITO SOBRE REDUÇÃO DO PREÇO DA GASOLINA
A volta de um fantasma que teve grande responsabilidade sobre a atual situação das contas da Petrobrás está deixando o conselho de administração e a diretoria da companhia em lados opostos numa nova batalha. Depois que o comando da estatal decidiu abaixar o preço dos combustíveis, fruto de mais uma ingerência política na empresa para melhorar a imagem do governo Dilma perante a população, os conselheiros se posicionaram firmemente contra a medida, por considerarem que a companhia será ainda mais afetada.
O maior embate ocorre entre o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, que capitaneia a decisão pela redução dos preços, e o presidente do conselho, Nelson Carvalho (foto). Um dos questionamentos levantados refere-se inclusive sobre a credibilidade da empresa, que hoje ainda está muito abalada por conta da Operação Lava Jato e pelo alto grau de endividamento.
O que gera o imbróglio é o fato de o conselho sequer ter sido consultado sobre a decisão, que pode acarretar novas perdas bilionárias para as contas da companhia, como aconteceu nos últimos anos, quando o Ministério da Fazenda, sob o comando de Guido Mantega, mantinha indiretamente o controle sobre o preço da gasolina e do diesel, para evitar efeitos maiores na inflação, que já vinha fugindo da meta.
Apesar da discussão interna, o conselho não tem que necessariamente aprovar o reajuste dos preços, já que a medida é considerada um ato de gestão, que caberia apenas à diretoria. No entanto, devido aos problemas do passado e o momento delicado da companhia, a expectativa de todo o conselho era de que uma decisão como essa passasse pela votação do alto comando.
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