PETROBRÁS VOLTA ATRÁS E DESISTE DE BAIXAR PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS
Depois de uma forte reação dos conselheiros e de um impacto na cotação de suas ações, a Petrobrás voltou atrás e desistiu de baixar os preços dos combustíveis – o que a empresa alega que era apenas estudado no âmbito da diretoria -, como forma de tentar estimular uma nova alta no consumo, já que houve queda significativa nos últimos meses.
A companhia inclusive emitiu uma nota ao mercado, em que diz que “não há previsão, neste momento, de reajuste nos preços de comercialização de gasolina e diesel”, sem mencionar o imbróglio interno que foi gerado com as primeiras notícias relacionadas ao assunto.
Depois da divulgação de que a direção da estatal havia decidido baixar os preços, medida que seria uma tentativa para melhorar a imagem do governo Dilma perante a população, os conselheiros se posicionaram firmemente contra a ação, por considerarem que a companhia seria ainda mais afetada.
O maior embate ocorreu entre o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine (foto), que capitaneou a decisão pela redução dos preços, e o presidente do conselho, Nelson Carvalho. Um dos questionamentos levantados referia-se inclusive à credibilidade da empresa, que hoje ainda está muito abalada por conta da Operação Lava Jato e pelo alto grau de endividamento.
O que gerou o atrito foi o fato de o conselho sequer ter sido consultado sobre a decisão, que poderia acarretar novas perdas bilionárias para as contas da companhia, como aconteceu nos últimos anos, quando o Ministério da Fazenda, sob o comando de Guido Mantega, mantinha indiretamente o controle sobre o preço da gasolina e do diesel, para evitar efeitos maiores na inflação, que já vinha fugindo da meta.
Apesar da discussão interna, o conselho não tem que necessariamente aprovar o reajuste dos preços, já que a medida é considerada um ato de gestão, que caberia apenas à diretoria. No entanto, devido aos problemas do passado e o momento delicado da companhia, a expectativa de todo o conselho era de que uma decisão como essa passasse pela votação do alto comando. Após a repercussão negativa da mudança, Bendine recuou e a estatal emitiu a nota negando a redução dos preços. No texto divulgado, a companhia afirmava ainda que:
“Sobre o assunto, vale esclarecer que avaliamos permanentemente a competitividade de nossas práticas e condições comerciais. Fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente divulgados ao mercado”.
E assim, com essas pérolas, devemos ter mais milionários de um dia para o outro.
É inacreditável tal notícia, quando se sabe que a empresa está quase falida. Qual foi ou quais foram os gênios de mercado que propuseram baixar o preço dos combustíveis? Será que foi uma solicitação do planalto?
Não digo isso porque não quero pagar mais barato a gasolina, mas porque sei da situação financeira da empresa. Que falta de sensibilidade?