MENDES JÚNIOR PLANEJA PAGAR CREDORES USANDO TÍTULOS

A empreiteira Mendes Júnior planeja pagar os seus credores usando títulos lastreados em valores que tem a receber de entidades privadas, órgãos federais e governos estaduais. A empresa está em processo de recuperação desde junho e apresentou seu plano de recuperação à 1º Vara Empresarial de Justiça de Belo Horizonte. No documento, a construtora diz que pagará os fornecedores a quem deve dentro de um ano, caso o plano seja aprovado.

Nas contas da Mendes Júnior, os valores que a companhia tem a receber chegam a R$ 600 milhões. Somente uma parte destes credores da construtora deve cerca de R$ 303 milhões, valor suficiente para pagar os R$ 253 milhões que são alvo da recuperação judicial. Dentro deste grupo específico de devedores, estão o Estado do Mato Grosso (R$ 77,9 milhões), TBG ( R$ 55,2 milhões) e Valec (R$ 28 milhões).

A opção de usar os títulos para pagar dívidas servirá apenas para a empresa ficar em dia com as fornecedoras que prestam ou prestaram serviço para a Mendes Júnior. Já as dívidas trabalhistas não serão pagas com os títulos, segundo a companhia. Ainda de acordo com a empreiteira, os valores destinados aos funcionários serão quitados integralmente em até 90 dias.

O plano de recuperação será agora analisado pelos credores e, posteriormente, poderá ser homologado pela Justiça – um processo que deve demorar ainda alguns meses até sua conclusão. A Mendes Júnior é uma das empresas que teve executivos presos durante a Operação Lava Jato. O empresário Sérgio Cunha Mendes (foto), que até então era um dos principais nomes da companhia, foi condenado a 19 anos e 4 meses em primeira instância.

Em nota, a assessoria da TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil) negou o crédito apontado pela Mendes Júnior:

“Tendo em vista a reportagem publicada no Petronotícias na data de 17 de maio, a TBG esclarece que não reconhece qualquer crédito supostamente alegado pela empresa Mendes Júnior em seu favor e que a questão se encontra em discussão no Judiciário. O processo está pendente de julgamento, não tendo sido reconhecido judicialmente, até o presente momento, qualquer crédito em favor da empresa Mendes Júnior.”