REVISTA REVELA QUE DELAÇÃO DO EX-PRESIDENTE DA OAS COMPROMETE SERIAMENTE LULA, DILMA, SERRA E AÉCIO
Informações apuradas e publicadas numa reportagem da revista Veja desta semana serão capazes de mexer ainda mais com o tabuleiro político no Brasil e enterrar de vez a história do ex-presidente Lula. A revista revela que o acordo de delação que vinha sendo negociado entre a Procuradoria-Geral da República e o ex-presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro (foto), tem informações sobre pagamentos indevidos para o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Revela também os valores para o caixa 2 da campanha da presidente afastada Dilma Rousseff e ainda cita o senador Aécio Neves e o ministro das Relações Exteriores do governo Temer, José Serra. São 7 anexos que teriam sido entregues ao procurador-geral Rodrigo Janot. Além dos petistas, a revista ainda cita o pagamento de propina de 3% para uma pessoa apontada como operador de Aécio e a destinação de 5% sobre as obras da empreiteira no Rodoanel durante a gestão de Serra no governo de São Paulo.
De acordo com a publicação, quatro anexos da delação de Pinheiro estavam relacionados ao ex-presidente Lula. O primeiro deles, diz a revista, detalha como valores desviados de obras da Petrobrás foram utilizados no pagamento do tríplex no edifício Solaris, localizado no Guarujá. O imóvel já é alvo de investigação e resultou no indiciamento de Lula e sua esposa, Marisa Letícia na sexta-feira (26). Segundo a revista, o acordo sobre o pagamento do imóvel teria sido combinado com o então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto.
Outro anexo do acordo de delação, cita a solicitação direta do próprio Lula para que a OAS realizasse as reformas no sítio em Atibaia. Lula ainda é citado no anexo de número 3, quando o presidente da OAS diz que contratou o serviço de palestras do ex-presidente para “influenciar” autoridades em outros países. E aponta uma palestra em Costa Rica no valor de 200 mil dólares. O pagamento teria resultado em encontro, em 2011, com a presidente do país, Laura Chinchilla.
O quarto anexo citado pela revista detalha como a OAS pagou, após solicitação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a guarda de bens pessoais do ex-presidente Lula. O pagamento teria como objetivo garantir a ajuda de Lula em negócios da empreiteira no exterior.
No caso da presidente afastada Dilma Rousseff, a OAS teria firmado contrato fictício com a agência de comunicação Pepper. O contrato teria como finalidade pagar dívidas da campanha da petista. A solicitação teria sido feita pelo tesoureiro da campanha Edinho Silva.
Além dos petistas, a delação de Léo Pinheiro atinge também o senador Aécio Neves e o atual ministro das Relações Exteriores, José Serra. De acordo com a revista, o contrato assinado em 2007 com o governo do Estado de São Paulo, na gestão Serra, para construção do trecho Sul do Rodoanel, resultou no pagamento de propina por meio das empresas de fachada do operador Adir Assad e entregas em dinheiro vivo. Segundo a versão divulgada pela revista, os valores eram destinados ao então secretário de Transportes, Dario Lopes, e ao diretor de engenharia da secretaria de Transportes, Mario Rodrigues. Sobre o senador Aécio Neves, Léo Pinheiro apontou Oswaldo Borges da Costa Filho como operador do PSDB. Ainda segundo o ex-presidente da empreiteira baiana, à época da licitação para construção da cidade administrativa, maior obra da gestão de Aécio Neves no governo de Minas Gerais, ele teria procurado Costa Filho e soube da necessidade do pagamento de 3% sobre o valor do contrato. De acordo com Pinheiro, a contraparte da OAS foi paga em dinheiro. Em nota, a assessoria do senador Aécio Neves disse desconhecer as citações e as considera “falsas e absurdas”.
A assessoria defende que a “obra foi conduzida com absoluta transparência e controle da sociedade”. José Serra ainda não se manifestou.
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