CHEMTECH APROVEITA OPORTUNIDADES NA OTC E VÊ MUDANÇA DE CENÁRIO
A Chemtech, uma empresa brasileira pertencente ao grupo Siemens, é importante companhia do setor de engenharia no Brasil. A empresa, que participou na última Offshore Technology Conference (OTC), a maior feira de petróleo e gás do mundo, já é uma veterana no mercado brasileiro. Neste ano, porém, as coisas mudaram com a ausência do stand da Petrobrás, definitivamente o maior no pavilhão brasileiro da feira. A ausência da estatal acabou atraindo mais interesse para os stands menores do pavilhão, além de deixá-lo mais espaçoso. Para falar não só sobre a OTC 2012, mas também sobre os futuros negócios da Chemtech, o diretor comercial Alex Lopes Freitas, conversou com o repórter André Dutra.
O que você achou desta OTC?
Como sempre a feira é um espaço muito bom para dar visibilidade às empresas. Este ano nós tivemos um recorde de visitação em nosso stand, mostrando que as empresas brasileiras são cada vez mais procuradas no setor. O pavilhão Brasil teve uma ótima organização, com um bom trabalho da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) e do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) que foram os responsáveis pelo pavilhão.
O que significou a ausência da Petrobrás na OTC?
Foi uma coisa interessante, porque teve um lado bom e outro ruim. O lado bom é que atraiu mais visitantes para os stands de outras empresas, já que o que sempre acontece no pavilhão é a Petrobrás ter um stand enorme a atrair todos os visitantes para o seu próprio, prejudicando os menores. Já o lado ruim é que por saber da ausência da Petrobrás no evento, o pavilhão Brasil atraiu um número geral menor de pessoas. Mas as visitas se tornaram mais bem distribuídas.
Como foi a procura de negócios? O networking da feira foi eficaz?
Na OTC raramente tratamos de negócios propriamente ditos, mas sim do próprio networking e nesse aspecto a procura foi muito grande, especialmente por parte das empresas internacionais, que estão mirando cada vez mais o Brasil, devido ao seu potencial energético no setor de petróleo e gás. Ao contrário do que acontecia há algum tempo atrás, as empresas internacionais estão interessadas não só na compra de produtos das companhias nacionais, mas também na venda de seus próprios produtos e também em parcerias tecnológicas.
A que se deve o aumento no interesse das empresas internacionais em parcerias com companhias brasileiras?
Existem dois fatores principais. O primeiro é o pré-sal, que faz as empresas globais enxergarem o Brasil como uma grande potência de exploração e produção de petróleo e gás no mundo. O segundo é a questão do conteúdo nacional. Muitas empresas internacionais estão buscando parcerias com companhias do Brasil para que seus produtos passem a respeitar a porcentagem necessária de conteúdo nacional, o que é mais barato do que instalar fábricas por conta própria no Brasil, e necessita de muito menos burocracia, portanto, menos dinheiro também.
Existem conversas iniciadas pela Chemtech na OTC que se transformaram em negócios concretos?
Ainda é muito cedo para se falar em negócios concretos, mas o que posso destacar é que duas das conversas que iniciamos na OTC estão progredindo satisfatoriamente tanto com companhias internacionais, quanto com as próprias empresas nacionais. Mas enquanto não temos nenhuma confirmação de negócios estamos nos concentrando nos nossos correntes projetos.
Quais são os principais contratos atuais da Chemtech?
Nosso maior contrato atualmente é para o serviço de engenharia de feed (redução de impactos ambientais e otimização de produção) para as Refinarias Premium da Petrobrás. Na verdade, o que acontece é que a empresa estrangeira contratada pela Petrobrás para o serviço acabou nos contratando por causa da questão da lei de conteúdo nacional. Esse tipo de contrato está se tornando cada vez mais comum não só para a Chemtech, mas também para a maioria das empresas nacionais do setor.
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