CRISE DEPOIS DA LAVA JATO RACHA LEVA CÚPULA DA ENGEVIX E AO FIM DE UMA SOCIEDADE DE 20 ANOS
A Operação Lava Jato teve um efeito devastador para algumas grandes empresas de engenharia. Umas sofrem mais outras menos, mas todas foram impactadas pelas consequências da operação. Um exemplo destas graves consequências é a Engevix, que chegou a ter um faturamento na casa dos 3 bilhões de reais anuais. Mas houve racha em sua direção e dois de seus três sócios desistiram da empresa e venderam suas participações ao terceiro acionistas por apenas um real cada um. Saíram Gerson Almada e Cristiano Kok. Ficou apenas José Antunes Sobrinho (foto). A empresa, no entanto, será responsável pelos pagamentos dos advogados que defendem Gérson e Cristiano que fazem a defesa dos dois na justiça. O acordo pois fim a uma sociedade de mais de 20 anos. A dissolução veio a público nesta quarta-feira(18), mas foi assinado no dia 15 de setembro.
José Antunes ficou com uma dívida entre 2 bilhões de reais e 2,5 bilhões de reais para administrar. O empresário, que está tentando fechar um acordo de leniência, conta com o tempo para vender os negócios da Engevix que ainda restam e pagar pelo menos parte do débito com os bancos. Gerson Almada ficou com um prédio da companhia, avaliado em cerca de 30 milhões de reais, como pagamento de metade de uma dívida que a Engevix tinha com ele.
A Engevix ainda tem o Estaleiro Rio Grande – o maior do país, que foi adquirido pela companhia em 2010 por 410 milhões de reais, em sociedade com outros investiudores. A obra ainda não foi concluída e tem licenciamentos ambientais questionados. Também detém 6% de fatia na concessão rodoviária Viabahia, que está em negociações com a controladora Isolux. O estaleiro e a usina também estão à venda para abater as dívidas. O processo de reestruturação do grupo está sendo conduzido pelo banco Brasil Plural.
Desde que as primeiras investigações da Polícia Federal vieram à tona, a Engevix vem se desfazendo de negócios estratégicos. Entre eles está a venda das concessões nos aeroportos de Brasília e do Rio Grande do Norte, em agosto do ano passado, para a Corporación América, do consórcio Inframérica. O grupo também se desfez, no início de 2015, da fatia de 36,85% na Desenvix Energias Renováveis, arrematada pela norueguesa Statkraft.
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