SHELL FAZ OFERTA PARA COMPRAR USINA DE ETANOL QUE ESTÁ EM PROCESSO DE FALÊNCIA NOS ESTADOS UNIDOS
Se o negócio sair, vai ser bom para a Shell. A companhia anglo-holandesa quer comprar a usina Hugoton de etanol da empresa espanhola Abengoa nos Estados Unidos. E está oferecendo apenas 26 milhões de dólares. Custeada com dinheiro público, a usina custou mais de 500 milhões de dólares para ser construída, Mas a decisão final dependerá da justiça americana por causa do processo de falência que corre na corte do Kansas. A usina tem capacidade de produzir anualmente 100 milhões de litros. A Shell acha que a compra se alinha com estratégia que a empresa quer desenvolver na produção de biocombustíveis, com cortes substanciais nas emissões de CO2 e que faça uso de matérias-primas sustentáveis. Em março deste ano, a Abengoa entrou com um pedido de falência na Justiça americana. Boa parte das subsidiárias americanas da empresa estão sob recuperação judicial. No mês passado, a Abengoa fechou a venda de três usinas de etanol para a Green Plains.
Num esforço para reduzir os níveis de poluição e a dependência de fontes externas de energia, a lei americana determina que as refinarias de petróleo misturem volumes cada vez maiores de biocombustíveis à gasolina e ao diesel. O programa desencadeou uma série de batalhas jurídicas entre adeptos dos combustíveis fósseis e dos biocombustíveis. Nos últimos anos, as agências reguladoras ajustaram para baixo as metas estipuladas, em parte porque o etanol celulósico ainda não possui a viabilidade comercial que se projetava. A usina de Hugoton, produz etanol celulósico a partir de resíduos agrícolas, evitando assim o emprego de matérias-primas usadas na alimentação, como o milho. Na época da construção, a Abengoa recebeu um empréstimo de US$ 132,4 milhões do Departamento de Energia dos Estados Unidos, além de um subsídio de US$ 97 milhões. O empreendimento levou quase uma década para ser concluído.
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