BROOKFIELD ASSUME 70% DA ODEBRECHT AMBIENTAL POR R$ 2,8 BILHÕES

O apetite para negócios da canadense Brookfield parece ser insaciável. Depois da rede de gasodutos Nova Transportadora Sudeste, agora eles compraram 70% da Odebrecht Ambiental – braço do grupo Odebrecht que atua nas concessões de saneamento – investindo R$ 2,8 bilhões. No ano passado, este segmento respondeu por 2,6% do faturamento de todo grupo Odebrecht. A Odebrecht Ambiental também vendeu sua participação nas empresas Cetrel e na Companhia Siderúrgica do Atlântico por R$ 800 milhões. Sua fatia na Cetrel, que trata resíduos das indústrias do Polo Petroquímico de Camaçari , foi adquirida pela petroquímica Braskem, hoje a principal empresa do grupo Odebrecht. A alemã ThyssenKrupp ficou com a CSA.

No acerto com o grupo canadense, a Odebrecht deu garantias de que vai arcar com riscos sucessórios como as multas que deverão ser cobradas como resultado do acordo de delação. Por isso, decidiu-se criar um fundo em que 5% do valor da compra da Ambiental ficará retido por cinco anos. Depois disso, o dinheiro vai para a Odebrecht. A companhia também ficará proibida de voltar à área de saneamento no Brasil por cinco anos.

Investigada pela Operação Lava Jato, a Odebrecht enfrenta dificuldades financeiras desde o ano passado e pôs à venda empresas e participações para tentar reduzir sua dívida. Ao todo, a Odebrecht faturou R$3,4 bilhões com este desinvestimento.  A Odebrecht Ambiental tem 6 mil funcionários e fatura cerca de R$ 2,5 bilhões por ano. Entre suas maiores fontes de receita, estão as concessionárias de água e esgoto da região metropolitana do Recife,  atua no Rio de Janeiro, tem 12 concessões em  São Paulo e atende todos os municípios do Tocantins.