GOVERNO DESTACA IMPORTÂNCIA DO SETOR PRIVADO NA INDÚSTRIA E CONTEÚDO LOCAL VOLTA AO CENTRO DAS DISCUSSÕES NA RIO OIL&GAS | Petronotícias




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GOVERNO DESTACA IMPORTÂNCIA DO SETOR PRIVADO NA INDÚSTRIA E CONTEÚDO LOCAL VOLTA AO CENTRO DAS DISCUSSÕES NA RIO OIL&GAS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

IMG_28941-tarjaA Rio Oil & Gas de 2016 começou com duas grandes diferenças da última edição do evento, em 2014. Enquanto o tamanho físico da feira reduziu significativamente, com estandes ocupando apenas três pavilhões do Riocentro – há dois anos todos os cinco estavam ocupados, além de anexos –, o apoio do governo aumentou fortemente. Na última edição, nem o então Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão – citado na época na delação premiada de Paulo Roberto Costa –, nem a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster apareceram, marcando um dos momentos mais críticos da história do evento em termos de respaldo institucional. Já nesta segunda-feira (24), não só o atual presidente da Petrobrás, Pedro Parente, e o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, estiveram presentes no palco e fizeram discursos, como também o presidente da República, Michel Temer, fez o discurso final da cerimônia.

A maior ênfase dada pelos políticos e executivos no evento – precedidos pelo presidente do IBP, Jorge Camargo – foi voltada às mudanças que estão sendo promovidas para uma maior abertura do setor de óleo e gás aos investimentos privados, como a alteração do marco regulatório do pré-sal, em tramitação no Congresso, a extensão do Repetro, e as alterações na política de conteúdo local – tema este que tem dividido opiniões na indústria, já que há uma dissonância entre o discurso e a realidade do mercado.

O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, foi o mais enfático defensor dessas alterações, mas fez questão de ressaltar que não está se colocando contra a indústria nacional. O executivo afirmou que não quer deixar de comprar de fornecedores nacionais, mas que eles precisam ser competitivos em termos internacionais, fazendo uma provocação ao final:

“O que é melhor: termos uma indústria fornecendo internamente sob um regime de reserva de mercado ou uma indústria competitiva capaz de fornecer para o mundo todo?”.

Apesar do discurso, que foi corroborado pelo Ministro Coelho Filho e pelo presidente Michel Temer, nenhum dos presentes no palco montado para a cerimônia falou sobre a importância de garantir isonomia de condições para as empresas nacionais competirem com as internacionais, em termos de exigências tributárias e trabalhistas, por exemplo, duas questões que são apontadas como as principais para o avanço do segmento e o devido desenvolvimento da cadeia de bens e serviços nacional.

O ministro foi questionado sobre esses dois pontos, após o final da cerimônia, mas evitou dar detalhes sobre o que o governo pode fazer para garantir essas prerrogativas para a indústria. Na análise dele, esses problemas são sérios, mas são os mesmos que afetariam todos os outros setores da economia brasileira, o que não impediria o setor de óleo e gás de conseguir avançar rumo à competitividade.

Ao ser confrontado com as especificidades do setor de óleo e gás, com o alto grau de exigências técnicas e de segurança, saúde, responsabilidade social e de meio ambiente – que não são enfrentadas por empresas de países asiáticos, como a China, que vêm ganhando muitas encomendas brasileiras -, ele afirmou que esse debate será mais longo:

“Isso também foi colocado, mas numa outra agenda que a gente sabe que vai demorar um pouco mais de tempo para solucionar, se for possível solucionar. O governo está enfrentando uma luta de cada vez. Tem plena convicção do que precisa ser feito, mas precisa lutar uma batalha de cada vez”, afirmou.

PARCERIAS PRIVADAS

O presidente Michel Temer evitou entrar no tema de forma mais detalhada, detendo-se mais no intuito de mostrar os avanços colhidos no cenário da economia desde que assumiu o cargo, ressaltando a recente valorização da Petrobrás, da Eletrobrás e do Banco do Brasil na Bolsa de Valores, assim como o grau de confiança dos investidores.

“A Petrobrás era o símbolo de algo que estava desajustado, mas hoje, sob o comando de Pedro Parente, voltou a ser o símbolo de uma das empresas mais ajustadas do País”, afirmou, para em seguida exercer também seu lado poético, ao fazer uma rima em homenagem ao presidente da estatal: “para iluminar o ambiente, peço um aplauso para Pedro Parente”.

Temer enfatizou principalmente a importância do setor privado para o avanço nacional, destacando que esse é um dos focos da geração de empregos daqui para frente, e afirmando que uma das estratégias para o segmento é a diversificação da atuação da Petrobrás conectada com parceiros privados.

“O objetivo do nosso governo é a geração de emprego e se pauta numa palavra: diálogo”, afirmou.

Parente também falou sobre essa questão, defendendo a abertura do pré-sal para outros operadores, e ressaltando que isso viabilizará muitos novos investimentos:

“Em relação ao pré-sal, muitos bilhões de dólares estão aguardando apenas as regras estarem estabelecidas para começarem a fluir. (…) Cada campo em águas profundas pode requerer até US$ 10 bilhões investidos na exploração até iniciar a produção. Se essa decisão não fosse tomada, o desenvolvimento do pré-sal seria retardado devido às dificuldades financeiras da Petrobrás”, afirmou.

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