PARCERIA DA FAPESP COM O REINO UNIDO DIRECIONA R$ 19 MILHÕES PARA PESQUISAS SOBRE BIOCOMBUSTÍVEIS
Uma parceria da Fapesp com o Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC), do Reino Unido, vai direcionar £ 5 milhões (equivalente a cerca de R$ 19 milhões) para apoiar dois projetos de pesquisa voltados à produção de biocombustíveis avançados – obtidos de matérias-primas não convencionais, como bagaço e palha da cana-de-açúcar – e produtos químicos de alto valor.
De acordo com a instituição brasileira, os projetos serão realizados nos próximos quatro a cinco anos por pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo em colaboração com parceiros no Reino Unido, a partir de uma chamada de propostas lançada pelas duas entidades.
A divisão dos aportes envolverá 30% de participação da Fapesp e 70% do BBSRC para financiar os dois projetos colaborativos de pesquisa, que envolvem diferentes abordagens em biorrefinarias.
Os desafios apontados pelos pesquisadores em relação aos projetos incluem o desenho e o desenvolvimento de enzimas e novos microrganismos fermentativos, a otimização de características da biomassa de plantas que têm sido avaliadas para produção de biocombustíveis avançados e produtos químicos, além da exploração de novas rotas tecnológicas e a avaliação de sua viabilidade industrial e comercial.
Um dos projetos selecionados, liderado por Telma Teixeira Franco (foto), coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Estratégico (Nipe) da Universidade Estadual de Campinas, e David Leak, professor da University of Bath, da Inglaterra, pretende explorar novas técnicas de conversão de hidratos de carbono complexos presentes na biomassa de plantas, como a celulose e a hemicelulose, para produzir biocombustíveis de segunda geração e produtos químicos de alto valor usando menos recursos e energia.
Já o outro projeto selecionado será coordenado por Fábio Squina, pesquisador do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e por Timothy David Howard Bugg, professor da University of Warwick, da Inglaterra, e visa desenvolver novas rotas biotecnológicas para valorizar a lignina, que se trata do segundo polímero mais abundante no planeta, depois da celulose, e é utilizada hoje primordialmente para queima e fornecimento de energia para processos biotecnológicos.
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