GUSTOMSC APOSTA EM REVITALIZAÇÕES DE PLATAFORMAS NO ORIENTE MÉDIO E NA ÁSIA
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A GustoMSC, de origem holandesa, tem conseguido crescer para além de mercados tradicionais do seu escopo, que conta com mais de 150 anos de história de engenharia, e tem apostado no Oriente Médio e na Ásia para a busca de novas oportunidades. O gerente de marketing global da empresa, Mattijs Faber (foto), que fica baseado na sede da companhia em Schiedam, na Holanda, reconhece que o mercado de sondas de perfuração está desaquecido, devido às baixas do preço do barril de petróleo no mundo, mas ressalta que há muitas companhias de petróleo buscando serviços para revitalizar suas infraestruturas de produção, como plataformas e poços.
O movimento é similar ao que tem ocorrido no Brasil, onde muitas empresas estão se voltando mais para serviços de manutenção e otimização dos processos, mas Faber, que tem como um dos companheiros na empresa o brasileiro Fernando Frimm, presidente da GustoMSC nos Estados Unidos, afirma que estão otimistas com o futuro no mercado brasileiro. “Acreditamos, especialmente em vista ao foco que está sendo dado, no Brasil e no novo plano de negócios da Petrobrás, na produtividade e nas eficiências operacionais, aliados à segurança, e também devido ao interesse internacional no E&P do Brasil, que as oportunidades certamente virão. Nós queremos estar prontos com soluções que nossos clientes vão precisar”, diz.
Quais são os principais projetos da GustoMSC no segmento offshore atualmente e quais as perspectivas no setor?
A Gusto atua em diversos segmentos da indústria offshore, e quando falamos no segmento offshore, obviamente estamos falando principalmente de óleo e gás, mas também de energias renováveis. O mercado offshore para as sondas de perfuração está bastante desaquecido no momento, mas outros segmentos em óleo e gas vêm apresentando oportunidades importantes, como no fornecimento de serviços para infraestruturas já existentes. Vemos muitas companhias de petróleo buscando estes serviços, principalmente no Oriente Médio, onde a infraestrutura offshore está envelhecendo. Eles estão buscando manter os níveis de produção, mas para isso precisam manter poços e plataformas operando com segurança e eficiência, e nós temos soluções para isso com unidades de serviços, construção offshore e especialmente para os trabalhos de intervenção de poços.
Quais os contratos mais recentes da GustoMSC?
Temos alguns contratos para jack ups específicas para este tipo de serviço. Elas são jack-ups que quando acopladas a plataformas de produção prestam os serviços diretamente. Temos alguns clientes novos no Oriente Médio, e também há um crescimento dessas atividades na Ásia, na parte sul e leste do continente.
Você mencionou o mercado de energias renováveis como um dos focos nas atividades offshore. Pode falar das atividades da empresa nessa área?
O mercado de energias renováveis não é muito conectado com o preço médio da energia em geral, mas sim muito ligado às decisões políticas focadas em redução de emissão de gás carbônico na atmosfera, e do comprometimento de governos com geração de energias renováveis. É um mercado que está crescendo ancorado nestes planos estratégicos de governos. Há muitos países se empenhando para aumentar a participação de fontes não convencionais na matriz de energia, e isso fomenta o mercado de renováveis.
Que tipo de trabalho a Gusto faz nesse mercado?
A demanda de geração de energia eólica offshore está crescendo, então nós atuamos com projetos de plataformas para instalação de turbinas offshore. Temos diversas soluções para este tipo de serviço, sendo que cerca de 70% de todas plataformas fazendo esse tipo de serviço no mundo são projetos Gusto. Não fazemos as turbinas, mas fornecemos projetos de plataformas e os guindastes usados nas operações de instalação, e continuamos crescendo muito nessa área.
Principalmente na Europa, acredito…
Sim, principalmente na Europa, mas agora vemos outros países desenvolvendo este setor também. Em setembro, por exemplo, fechamos um contrato com o Japão para este tipo de serviço.
Qual a representatividade desse setor nos negócios da Gusto?
O mercado de renováveis ainda é muito menor do que o de óleo e gás no quadro geral da GustoMSC, mas está crescendo. Nossa expectativa para os próximos anos é que o segmento de petróleo e gas continue sendo fundamental para nossas atividades, mas que o mercado de renováveis offshore continue crescendo.
No Brasil, falando do mercado de óleo e gás, o que estão fazendo ou buscando fazer neste momento?
No Brasil, sempre tivemos uma participação de muito sucesso. Nos últimos anos, conseguimos 16 contratos de 28 em que concorremos dando suporte tecnológico aos estaleiros brasileiros. Continuamos apoiando esses clientes de todas as maneiras possíveis, mas, como todos sabem, o Brasil está em uma situação complicada. Então no momento estamos avaliando a direção que as empresas vão tomar e esperando que alguma melhora no setor aconteça.
Que tipo de negócio atrai mais a Gusto neste momento no Brasil?
Nosso objetivo é servir aos nossos clientes. Então depende da direção em que eles venham a seguir. Mas temos soluções de perfuração, pipe-laying, heavy lifting, flotéis, intervenção em poços, serviços de manutenção, de-comissionamento offshore, entre outras, de modo que podemos cobrir grande parte do espectro do mercado upstream. Acreditamos, especialmente em vista ao foco que está sendo dado, no Brasil e no novo plano de negócios da Petrobrás, na produtividade e nas eficiências operacionais, aliados à segurança, e também devido ao interesse internacional no E&P do Brasil, que as oportunidades certamente virão. Nós queremos estar prontos com soluções que nossos clientes vão precisar.
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