ISRAEL AVALIA CONSTRUIR PLANTA CONVERSORA DE GÁS EM LÍQUIDOS E BUSCA PARCEIROS NO BRASIL PARA DESENVOLVER ESTUDO
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
Israel vem ampliando os investimentos na exploração e produção de gás natural nos últimos anos, tendo atingido recentemente reservas avaliadas em cerca de 2,1 trilhões de metros cúbicos de gás, e agora já estuda novas formas de aproveitamento do insumo. Com este foco, o País abriu uma licitação para o desenvolvimento de um estudo de pré-viabilidade de uma planta de Gas-To-Liquids (GTL), que seria utilizada para converter o gás em gasolina, diesel e querosene, e as empresas brasileiras estão no radar israelense para possíveis parcerias. A Cientista-Chefe do Ministério Nacional de Infraestrutura, Energia e Recursos Hídricos de Israel, Bracha Halaf, explicou que as empresas brasileiras interessadas em concorrer devem ter uma tecnologia GTL comprovada ou ser representantes oficiais de alguém que detenha a tecnologia, e precisarão buscar parceiros israelenses para apresentar propostas, além de cumprir algumas outras exigências.
Que tipo de empresas brasileiras atrairiam a atenção do governo de Israel para essa licitação?
Empresas que possuam tecnologia GTL comprovada ou uma representante oficial do detentor da tecnologia para a construção de uma planta GTL que produza ao menos 3.000 barris de combustível sintético por dia (a partir de um ou mais módulos).
Tecnologia comprovada é uma tecnologia, método ou processo completo para a produção de combustíveis sintéticos (diesel, gasolina, combustível de jato) a partir de gás natural que não exija P&D adicional e que tenha sido demonstrada com êxito em uma escala de, pelo menos, 250 bl/dia em um local específico.
Como as empresas devem proceder para participar?
As empresas devem contatar parceiros israelenses que possam apresentar sua proposta para a licitação e que cumpram com os outros critérios que a licitante deverá respeitar:
1. Um licitante que possua uma infraestrutura local/nacional que possa suportar a construção de uma planta GTL em Israel (como instalação de refinaria, tubulação para transporte de petróleo e seus produtos, instalação de envase, terreno apropriado para esse fim, etc.);
2. Um licitante que possua conhecimento e experiência comprovados em consultoria ou planejamento em engenharia ou administração de um projeto, responsável pela construção de ao menos 2 (duas) instalações petroquímicas ou de energia que tenham sido construídas por ao menos 100 milhões de dólares cada.
Quais são os principais diferenciais que as empresas devem apresentar para atender às expectativas do governo de Israel?
No processo de avaliação, classificaremos a tecnologia de acordo com os seguintes critérios: A extensão da aplicabilidade/ maturidade tecnológica da tecnologia oferecida pelo licitante e/ ou os órgãos participantes adicionais no estabelecimento da planta GTL.
Essa seção será analisada de acordo com os detalhes da tecnologia oferecida na proposta para construção e operação da instalação, quando as pontuações serão baseadas nos critérios de:
– Grau de aplicabilidade tecnológica em outras instalações em operação ao redor do mundo;
– Extensão da integridade tecnológica com relação a todos os elementos necessários para o estabelecimento e operação da instalação GTL (trata-se de uma tecnologia completa ou de uma tecnologia para um único componente da totalidade do processo? Etc.);
– Adaptabilidade da implementação da tecnologia com relação a diferentes âmbitos da produção (a tecnologia permite modularidade no estabelecimento de uma planta? A tecnologia é apropriada apenas para grandes instalações? Etc.).
Há uma faixa de preço esperada para essa licitação?
Nesta licitação, o montante de assistência para o estudo de pré-viabilidade deverá constituir 50% de tal estudo, de acordo com a oferta do licitante ou em um total de NIS 200.000,00 (cerca de R$ 177 mil), o menor entre os dois.
Quais são as principais áreas em Israel que poderiam receber uma planta GTL?
O licitante deverá apresentar em sua proposta o(s) local/ locais que pretende inspecionar no estudo – uma infraestrutura nacional/ local que possa suportar a construção de uma planta GTL em Israel (como instalação de refinaria, tubulação para transporte de petróleo e seus produtos, instalação de envase, terreno apropriado para esse fim, etc.).
Qual campo de gás abasteceria a planta? Em uma base de quantos metros cúbicos por dia?
Presumimos que um bilhão de metros cúbicos por ano para uma instalação de 10.000 bbl/dia. Não há alocação de uma oferta para essa atividade específica a partir de um campo de gás específico.
Quem financiaria a planta? Quanto deverá ser investido no projeto?
Essas questões serão abordadas no estudo pré-viabilidade, que deverá analisar a terceira parte do estudo, que trata da verificação da rentabilidade econômica no estabelecimento e operação de uma planta GTL.
Essa parte deverá ser utilizada para realizar as análises econômicas necessárias para encontrar o grau de rentabilidade econômica com relação ao estabelecimento de uma planta, considerando suas características e os riscos a que está exposta, com base nos resultados dos estágios anteriores do estudo de viabilidade.
Quando a planta seria construída e que tipo de fatores definiriam a decisão de ir em frente e construí-la?
O estudo de pré-viabilidade foi projetado para assistir empresários no estudo das diferentes implicações, necessário para a tomada de uma decisão no sentido de estabelecer uma planta GTL com base em dados que coletarão através do estudo, bem como para fornecer ao governo informações e dados para a formulação de política e permitir a regulação no campo.
É preciso esclarecer que a publicação dessa licitação e/ ou o fornecimento de assistência financeira para financiar a preparação do estudo pré-viabilidade não deverão ser considerados como garantia e/ ou decisão pelo Ministério de apoiar e/ ou permitir a futura construção de uma planta GTL, ou uma garantia de que o Ministério firme quaisquer contratos com os vencedores da licitação para além do conteúdo da licitação aqui mencionado. A própria publicação da licitação foi projetada de modo a permitir que empresários e o Ministério possam expandir o âmbito de análise e estudo sobre as considerações tecnológicas, de engenharia, ambientais, regulatórias e econômicas ensejadas pela construção de tal planta GTL em Israel.
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