POPULAÇÃO DA SUIÇA DECIDE NO DOMINGO SE REDUZ OU NÃO A GERAÇÃO DE ENERGIA NUCLEAR
A Suíça vota neste domingo (27) um referendo sobre se deve reduzir ou não a produção de energia atômica, a exemplo da Alemanha. A medida, no entanto, aumentaria a dependência de combustíveis fósseis da Alemanha ou da energia nuclear importada da França. A oposição dos Verdes suíços e dos social-democratas empurrou para uma votação desde o desastre de Fukushima em 2011 no Japão, mas o governo e a indústria se opõem, dizendo que a Suíça seria incapaz de substituir fontes de energia com energia renovável.
Estudos recentes do instituto de pesquisa gfs.bern mostram que os campos “Sim” e “Não” no referendo estão praticamente empatados. A Suíça orgulha-se do fato de que dois terços de sua energia é hidrelétrica, de reservatórios nos Alpes, mas também conta com energia nuclear para um terço de sua produção de energia. Grupos estão pressionando para que siga a vizinha Alemanha, que fechou 40 % de seus reatores nucleares e quer fechar as outras usinas até 2022. Os reatores suíços Muehleberg e Beznau I e II seriam fechados no próximo ano, seguidos por Goesgen em 2024 e Leibstadt em 2029. Isso deixaria tempo insuficiente para desenvolver alternativas solares e eólicas, diz o governo.
Se optarem pela redução de energia de origem nuclear, os suíços abandonariam parte de sua autonomia no poder e teriam de se acostumar com a ideia de obter mais energia a carvão e gás a partir da Alemanha. Enquanto a Alemanha está saindo, a França está aumentando sua indústria e a Grã-Bretanha recentemente assinou um acordo para construir uma nova usina nuclear. A publicidade da campanha “Não” no referendo pergunta aos suíços se eles realmente querem “poder sujo” da Alemanha. Os apoiantes do voto “sim” para uma saída rápida afirmam que a frota nuclear da Suíça está envelhecendo e está muito próximo das áreas urbanas. A Beznau I, lançada em 1969, é a usina nuclear mais antiga do mundo.
O movimento da Alemanha para fechar seus reatores nucleares tem apoio público, mas Berlim enfrenta bilhões de euros de ações judiciais como operadores que tentam recuperar as perdas. Se a iniciativa suíça for para o SIM, os serviços públicos do país também sugeriram que perseguirão mais de 6,89 bilhões de dólares em danos econômicos por terem que fechar suas fábricas antes do fim de sua vida útil. As empresas suíças argumentam que a melhor opção é manter as centrais nucleares funcionando o maior tempo possível, para recuperar seus investimentos e estocar reservas de desmantelamento e armazenamento em meio a uma transição para diferentes fontes de energia.
Deixe seu comentário