JOVENS LIDERANÇAS EMPRESARIAIS APOSTAM NUM ANO NOVO MELHOR, MAS COM MUITA ATENÇÃO | Petronotícias




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JOVENS LIDERANÇAS EMPRESARIAIS APOSTAM NUM ANO NOVO MELHOR, MAS COM MUITA ATENÇÃO

matheusPara a maioria dos empresários ouvidos pelo Petronotícias neste Projeto Perspectivas 2017, o próximo ano tenderá a ser melhor. Mas não com otimismo exagerado. Ele está contido, embora otimista. Na edição desta sexta-feira véspera do final do ano, ouvimos lideranças jovens. Marcantes nas áreas em que atuam. Como o empresário Matheus Freitas, Diretor da Hirsa, empresa que trabalha nas áreas de sistemas de automação e controle, bastante atuante no mercado de óleo e gás, e detentora de uma tecnologia inédita de medição de fluídos.  Ouvimos também, Andreia  Cereijo, da Dinamus Consultoria. Empresa de grande credibilidade no mercado que em 2016 atendeu a uma carteira de 30 projetos de 140 empresas. Por fim, outro jovem e dinâmico empresário, Arthur Dorigo,  da BRA Certificadora, que investiu em inovações nas certificações de aferição ao conteúdo local, bem como numa certificação de compliance,  que atesta  o caráter da empresa não  usar a corrupção para crescer e se desenvolver.

Vamos saber o que eles pensam. A começar por Matheus Freitas, da Hirsa.

1- Como analisa os acontecimentos neste ano em seu setor ?

– Vivemos uma crise econômica sem precedentes que praticamente acabou com os investimentos no país e quebrou muitas empresas. Espero que todos nós possamos aprender com os erros e reconstruir o setor a partir de bases mais sólidas éticas e sustentáveis, inclusive exigindo a mesma postura dos políticos que nos representam.

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa ?

– Medidas muito impopulares e duras precisam ser adotadas para promover a estabilização da economia e volta do crescimento, a exemplo da aprovação da PEC dos Gastos, Reforma Tributária visando desoneração e simplificação do sistema de arrecadação que sufoca o capital investidor e o empreendedor. É necessário também pensarmos em uma Reforma Trabalhista que flexibilize a contratação e reduza os encargos.

3- Quais as perspectivas para 2017 ? Pessimistas ou otimistas ?

– Otimistas com ressalvas. Acho que vamos andar de lado na economia em 2017, porém já é melhor do que continuar em queda. Não vejo grandes projetos saindo do papel, porém haverá oportunidade na área de serviços, principalmente conservação, manutenção e otimização de processos.

Vamos agora  saber as opiniões de Andréia Cereijo, da Dinamus:img_8019

1-Como analisa os acontecimentos neste ano em seu setor ?

– Este foi com certeza um ano difícil para o Petróleo e Gás, em geral, porém também vimos que aqueles que souberam se estruturar nos últimos dois anos, estão passando pelo período de crise com menos dificuldades e, inclusive, encontrando novas oportunidades e mercados. Além disso, o próprio mercado começou a gerar novas demandas como é o caso, ainda que muito embrionário devido à falta de legislação e definição pendentes do descomissionamento.

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa ?

– O país passa por uma instabilidade política e econômica, mas me arrisco a dizer que a primeira é a que está gerando mais impacto na segunda. Ainda temos a questão da Lava Jato que trouxe à tona uma série de negociações e procedimentos incorretos envolvendo os principais players do setor. Se por um lado isso fez com que o mercado ficasse “parado” por um tempo, por outro abriu as portas para que novas empresas começassem a atuar e a serem consideradas nas cotações, já que o cadastro da Petrobrás está sendo agora mais exigente e democrático.

As soluções que acreditamos terem um maior impacto estão na mudança do marco regulatório, na parte tributária, que é inerente a qualquer organização, na elaboração de políticas que incentivem o investimento na inovação e no planejamento empresarial a médio e longo prazo.

3- Quais as perspectivas para 2017 ? Pessimistas ou otimistas ?

– A Dinamus sempre manteve uma postura otimista. Costumamos dizer que a crise também é sinônimo de oportunidades, basta saber onde olhar e como se posicionar. O ano de 2016 o definimos como um ano de superação onde houve muitas mudanças, incertezas, escândalos e reduções de investimento. Ainda assim, vimos uma grande oportunidade de aprendizado e ajustes que só melhoraram os nosso processos e a qualidade dos nossos serviços. Foram mais de 30 projetos executados e mais de 140 empresas atendidas pela Dinamus. Por isso e por outros motivos, continuamos acreditando no poder dos empreendedores e no trabalho desenvolvido pelos seus colaboradores para continuar obtendo bons resultados.

dorigoArthur Dorigo, da BRA Certificadora também tem opiniões contundentes. Vamos conhecer:

1- Como analisa os acontecimentos neste ano em seu setor ?

– Atuamos em diversas atividades, tais como inspeções, auditorias e certificações. Para as atividades de auditorias, inspeções e certificações de equipamentos, existe uma conexão direta com o nível de investimento e atividade da economia. Dessa forma, o cenário foi muito ruim para estas atividades. Pouquíssimas oportunidades e serviços surgiram no período, o que nos gerou muitas dificuldades.

Especificamente no ramo de Certificação de Conteúdo Local, houve uma perda significativa de qualidade nos serviços de certificação. Percebemos reduções abruptas de preços praticados de certificação no mercado e que necessariamente colocaram e continuam colocando em risco a qualidade dos serviços prestados, o que sempre representa grande risco para quem está contratando as certificações e para as próprias operadoras frente aos seus compromissos de conteúdo local firmados com a ANP. Não há como manter os preços atuais prestando bons serviços por muito tempo. No entanto, a ANP já está reagindo a isso e em recentes mudanças nas resoluções de conteúdo local, estará enxugando muito o mercado de certificadoras a partir de 2017, exigindo que elas sejam ACREDITADAS como Organismos de Certificação de Produtos no CGCRE/INMETRO. Isso sem dúvida irá impor um nível de profissionalismo e qualidade nestes serviços que nunca foi observado no Brasil. A obtenção da acreditação exige implantação e monitoramento constante de um sistema de gestão nas certificadoras, com base na norma ISO IEC 17065. Rastreabilidade, competências, imparcialidade. Tudo isso passa a ter uma gestão eficiente, profissional e documentada. Seremos auditados anualmente. Nossa empresa já possui esta acreditação desde 2015, pois atuamos com certificações de equipamentos elétricos para áreas classificadas. Com isso, não há dúvidas de que haverá um reposicionamento de mercado e consequentemente dos preços de certificação a partir de 2017, elevando a qualidade e a confiança nos serviços prestados, o que é bom para todo o mercado.

Adicionalmente, no nosso caso em específico, desenvolvemos e lançamos este ano o primeiro Programa de Certificação Anticorrupção do Brasil. Foi um investimento muito alto e mais de 15 meses de trabalho árduo, com a contratação dos melhores profissionais em compliance do país para nos auxiliar neste trabalho. Enxergamos esta oportunidade em meio a toda esta crise de credibilidade e optamos, como sempre, por criar uma solução de excelência e totalmente alinhada aos anseios da sociedade. Esta é a nossa contribuição ao país para tudo isso que está vindo a tona e que vai necessariamente proporcionar uma mudança significativa. O produto foi lançado agora em Outubro e foi um passo importante para a BRA, até porque estamos criando uma tendência importante e liderando com muita excelência este processo.

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa ?

– Em minha visão, há a necessidade da retomada mínima da confiança nos entes públicos. Chegamos num nível de completo descrédito e não há prosperidade num país em que reina a desconfiança em tudo e em todos. Desta forma, a recuperação do país passa sim por reequilíbrio das contas públicas, pela retirada definitiva das amarras para o investimento privado ou nas PPPs e a medida que a economia cresce com uma inflação controlada, a retomada da queda dos juros, o que irá garantir um novo ciclo de crescimento sustentável. Por outro lado, em paralelo a tudo isso, o Estado e as lideranças políticas precisam definitivamente demonstrar o apego às mudanças de comportamento e de relações que a sociedade vem cobrando de forma crescente. A impressão que passa é que todo o país já se convenceu que chegamos a um limite em torno deste modelo de política e na relação do público com o privado, mas a classe política ainda resiste a tudo isso. A justiça tem feito seu papel de acelerar e forçar este processo, e é isso que tem mantido a chama acesa de forma muito forte e inédita, mas este processo não pode ser demorado e doloroso. Neste momento acredito que estamos numa encruzilhada muito importante. Ou essa consciência realmente chega a classe política e as mudanças começam a ser implementadas de forma transparente e objetiva, ou é muito provável que as tensões sociais aumentem, o que pode comprometer a democracia. No mais, a longo prazo e com estas ações que retomem crescimento e boas práticas dos entes públicos, o Estado precisa voltar a investir pesadamente em EDUCAÇÃO. Esta será o grande marco que vai garantir o crescimento contínuo do país e o amadurecimento da sociedade no longo prazo.

3- Quais as perspectivas para 2017 ? Pessimistas ou otimistas ?

– Tudo vai depender da reação da classe política a todos os anseios já expostos pela sociedade. Os próximos 3 ou 4 meses serão decisivos. Se a classe política se convencer das mudanças necessárias e reagir de fato a tudo isso atendendo a estas expectativas, o nível de confiança aumenta, a política se estabiliza e a economia fecha o elo que falta para voltar a crescer em conjunto as medidas já aprovadas e em aprovação. O ano de 2017 será ainda muito difícil, mas teremos boas perspectivas para 2018 e quem sabe até mesmo para o último trimestre de 2017. Caso a estagnação e o cabo de guerra político e institucional permaneçam regendo o nosso cotidiano, teremos não só um 2017 muito  ruim como também um 2018 de perspectivas ainda bem difíceis e que podem até se tornar irreversíveis no médio prazo.

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