GOVERNO COLOMBIANO PRESSIONA PARA QUE A ODEBRECHT NÃO FAÇA MAIS OBRAS E SAIA DO PAÍS
O governo colombiano quer que a Odebrecht saia do país. Depois das investigações sobre o envolvimento da empresa brasileira em pagamentos de propina a autoridades locais para garantir grandes projetos de infraestrutura, o assunto ficou muito sensível em Bogotá. Não é descartado que a Odebrecht seja proibida de executar qualquer obra no país. O chefe da Agência Nacional de Infraestrutura, Luis Andrade, falou aos jornais colombianos que está fazendo de tudo para a Odebrecht saia da Colômbia o quanto antes. Ele informou que sua agência, que aprova concessões de obras em parcerias público-privadas, já pediu ao tribunal de arbitragem que anule o contrato do projeto rodoviário que está sob a responsabilidade da empresa brasileira. Uma nova licitação será feira para conclusão da obra.
Quando a Odebrecht fechou um acordo de leniência com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, admitiu o pagamento de US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina – incluindo o Brasil – e da África desde 2001. Na Colômbia, cerca de US$ 11 milhões de propina foram pagos às autoridades do país entre 2009 e 2014. O ex-vice-ministro de transporte, Gabriel García Morales, que exerceu o cargo durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, foi preso por facilitar o acesso da Odebrecht à construção do setor 2 da Estrada do Sol ( Foto), um trajeto de mais de 500 km que liga o centro do país à Costa do Atlântico e ao Caribe. Morales teria exigido US$ 6,5 milhões para permitir que a Odebrecht fosse a única participante no processo de licitação do projeto, autorizado entre 2009 e 2010. Outro político, o ex-senador Otto Nicolás Bula, também foi preso por receber suborno da Odebrecht. Segundo a procuradoria local, ele será acusado pelos crimes de suborno e enriquecimento ilícito.
Deixe seu comentário