ALUMINI É DECLARADA INIDÔNEA PELO GOVERNO E NÃO PODERÁ PARTICIPAR DE LICITAÇÕES POR DOIS ANOS

A lista negra do governo aumentou nos últimos dias e atingiu desta vez a Alumini Engenharia, que vem lutando para sobreviver, em processo de recuperação judicial. A empresa foi declarada inidônea pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), e não poderá mais concorrer em licitações ou fechar contratos com órgãos e entidades governamentais por, pelo menos, dois anos, o que vai dificultar ainda mais esse processo de reestruturação.

A decisão é fruto de um processo instaurado por causa de irregularidades investigadas na Operação Lava Jato, e foi assinada pelo ministro Torquato Jardim (foto), fazendo com que a lista de empresas declaradas inidôneas pelo governo chegue a um total de seis companhias, incluindo Mendes Júnior, Skanska, Iesa Óleo & Gás, Jaraguá Equipamentos Industriais e GDK.

Dentre as acusações que pesaram sobre a Alumini, uma diz que houve o pagamento de propinas relacionas a contratos com a Petrobrás, o que “permitia aos representantes da empresa exercer influência indevida sobre os agentes públicos e receber tratamento diferenciado”. No entanto, a empreiteira vem travando uma extensa batalha com a estatal por valores que seriam devidos, segundo a Alumini, mas não foram pagos até agora.

Nas contas da empreiteira, que divulgou um balanço com esses números no plano de recuperação judicial, em janeiro de 2015, ela ainda teria a receber cerca de R$ 1,672 bilhão (em valores da época) da Petrobrás por três contratos antigos, que acabaram sendo rompidos unilateralmente pela estatal.

Os contratos são todos para a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), referentes à construção da Casa de Força (em que a Alumini esperava receber R$ 760,3 milhões), à unidade SNOx (com expectativa de receber R$ 421,3 milhões) e às unidades da carteira de enxofre (em que esperava conseguir R$ 490,6 milhões).

Na época da aprovação do plano de recuperação, as dívidas da empresa eram da ordem de R$ 762 milhões, mas não se sabe o montante atual, sendo que a principal expectativa dela para quitar os valores com os credores e trabalhadores eram ações contra a Petrobrás na Justiça. Agora, com o novo revés, o processo se complicou ainda mais.