DELAÇÕES ACUSAM BENDINE DE RECEBER PROPINA MESMO APÓS PRISÃO DE MARCELO ODEBRECHT

A verdadeira mãe de todas as bombas não é a que os Estados Unidos jogaram no Afeganistão nos últimos dias, mas sim a delação da Odebrecht, como a sociedade brasileira tem visto. E agora um fragmento desta bomba estourou no colo de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobrás, que foi acusado de achacar a empreiteira mesmo depois do início da Operação Lava Jato, ainda no cargo de presidente do Banco do Brasil, porém tendo recebido os R$ 3 milhões já no comando da petroleira, em três parcelas de R$ 1 milhão, sendo que a última foi paga mesmo após a prisão de Marcelo Odebrecht.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, os valores foram entregues num flat em São Paulo, cujo dono é Antonio Carlos, irmão de André Gustavo Vieira da Silva, o intermediário do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás na negociação.

A acusação foi feita pelo ex-executivo da Odebrecht Fernando Santos Reis, em sua delação à justiça federal relacionada à Operação Lava Jato, revelando que o dinheiro foi entregue a um taxista. Além disso, o próprio Antonio Carlos chegou a ser conduzido coercitivamente pelos investigadores da operação, na 26ª fase.

A primeira parcela foi paga, de acordo com Reis, no dia 16 de junho, dois dias antes da prisão de Marcelo Odebrecht, sendo que a última foi paga já com o executivo estando preso, o que revela que o esquema não parou nem neste momento.

Vale lembrar que naquele momento Bendine já era presidente da Petrobrás e tinha sido levado para o posto como alguém “de mercado”, capaz de sanear as finanças da estatal e recolocá-la no rumo. Ao sair, no entanto, sua maior marca foi a estrutura do plano de venda de ativos e o apelido que recebeu dos petroleiros: “Vendine”.