NAVIUM VOLTA À OTC EM BUSCA DE NOVAS PARCERIAS INTERNACIONAIS
HOUSTON – Perto de comemorar seus primeiros 30 anos, a Navium está em busca de fortalecimento e de parcerias com empresas internacionais. Mais uma vez a empresa trouxe para a OTC a sua experiência de desenvolvimento de projetos offshore para seus principais clientes: Petrobrás e Modec, que deve ser anunciada como vencedora da licitação do FPSO de Sépia e grande favorita também para construir o FPSO de Libra. O Presidente da Navium, Mario Jorge Coutinho, está em Houston e fala sobre a participação na maior feira de petróleo do mundo. Ele conversou com o Petronotícias:
– Por que decidiu participar do Pavilhão Brasil este ano?
– Importante estarmos presente para mostrar que empresas sérias existem e sobrevivem aos tempos difíceis e percalços, mantendo firme o nosso propósito de oferecer bons e sérios serviços aos estrangeiros que aportarão no Brasil para novos empreendimentos, à exemplo do que realizamos com as empresas para as quais trabalhamos até agora.
– Como está vendo a retomada da economia, principalmente no setor de petróleo no Brasil?
– Ainda lenta, mas bem encaminhada. Veja o que temos: os campos maduros e os campos das áreas sedimentares que estão ainda para serem firmemente explorados. Empregando tecnologias existentes, já comprovadas e de conteúdo local elevado. As empresas nacionais podem ocupar este espaço como o fizeram em 1998 com a abertura das áreas para os operadores estrangeiros. Pequenos operadores que aqui chegaram e deram oportunidade de as empresas pequenas com a minha e de tantas outras apresentarem seus conhecimentos. Rápida retomada para o setor. O pré-sal, aguardando definições de conteúdo local, mas com soluções a vista, porém de engenharia mais complexa e custosa. Neste caso, temos de buscar operadores grandes.
– Já dá para sentir um novo ambiente propício para negócios?
– A janela de oportunidades no Brasil está aberta, mas para isso realmente acontecer precisamos mostrar firmeza no cumprimento dos contratos, acabar com a indefinição jurídica, reformar as leis trabalhistas, que trazem passivo trabalhista intangível e que ameaça qualquer plano de investimento.
– A decisão do governo em quebrar o conteúdo nacional e estimulando levar as obras para o exterior afeta o seu negócio?
– Isso aconteceu com a propaganda do pré-sal que trouxe grandes empresas para cá e que já eram conhecidas dos operadores em projetos no exterior. Ficamos desprotegidos apesar de já termos criado um currículo de bons serviços, mas as empresas abriram empresas aqui e se tornavam ‘’brasileiras’’. Ora, o operador estrangeiro contratava os serviços de seu interesse lá fora e usava esse subterfúgio da empresa ‘’brasileira’’ e pagava os serviços lá fora, fugindo dos tributos. Os brasileiros ficavam com todo o ônus e, lógico, perdiam competitividade.
– A sua empresa está pronta para atender as necessidades que o mercado de petróleo exige no Brasil?
– Venho atuando nesta área desde 1998, com a abertura do mercado feita pelo Governo FHC. Continuei a aperfeiçoar métodos de trabalho e buscando certificações, as quais mantenho até hoje, também para atender aos requisitos dos clientes com os quais vinha trabalhando. Formei um bom currículo de serviços prestados nas áreas de instalação e projetos de terminais oceânicos. Formei a empresa de navegação com o intuito de oferecer mais facilidades aos meus clientes internacionais. Hoje concluí mais uma etapa do PEOTRAN, sendo aprovado para operar embarcações. Coisa difícil de ser obtida e de ser mantida. Sim, eu acho que estou apto para o mercado.
– É possível concorrer com as empresas estrangeiras fora do Brasil? Por quê?
– Nós brasileiros não temos criação de tecnologia. É um fato, excetuando a área de agricultura. Mas temos, em função dos parcos recursos, uma criatividade e agilidade – dentro dos padrões éticos e de engenharia – para reformar padrões e gestões com ganhos no custo dos serviços. Somente com apoio de instituições governamentais é que poderemos competir no exterior. Participei do Programa do MEDIC, denominado PROGEX, onde o governo, via suas instituições de pesquisa, no caso do Rio de Janeiro, era o Instituto Nacional de Tecnologia, oferecia às empresas que buscavam exportar suporte tecnológico, desde adequação do produto às normas do país alvo, testes, leis, etc. Programa muito interessante que participei como membro do grupo de consultores às empresas. Poderia ser repetido. Investimento baixo tanto para a empresa que pagava pouco pelos serviços, quanto para o governo.
– Qual é a sua expectativa maior participando do pavilhão Brasil?
– Continuo com o Brasil, mas buscando parcerias para atuar no mercado externo.
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