JUSTIÇA AUTORIZA VENDA DA LIQUIGÁS PARA ULTRAPAR

Vitória da Petrobrás nos tribunais. A estatal conseguiu vencer a batalha na Justiça que envolve a venda da Liquigás Distribuidora. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região decidiu por unanimidade nesta terça-feira (30) que o processo de negociação do ativo poderá prosseguir normalmente.

A venda da Liquigás foi aprovada por acionistas da Petrobrás no início de fevereiro. O negócio foi anunciado em 17 de novembro do ano passado. A subsidiária foi negociada com o grupo Ultrapar por um valor total de R$ 2,8 bilhões. A Liquigás atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP), e está presente em quase todos os estados brasileiros, com 23 centros operativos, 19 depósitos e uma rede de aproximadamente 4.800 revendedores autorizados.

Assim como outros processos de desinvestimentos da Petrobrás, a negociação da Liquigás foi muito criticada por sindicatos e outras entidades.  A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), por exemplo, divulgou estudo contestando o valor da negociação, de R$ 2,8 bilhões. A entidade afirma que a existem 24,9 milhões de botijões do tipo P-13 com a marca de Liquigás no Brasil hoje. E como a Agência Nacional do Petróleo (ANP) determina que as distribuidoras de GLP só podem envasar em recipientes com a sua marca estampada em relevo, a Ultrapar terá acesso a esse mercado sem investir em novos botijões. “Considerando que cada vasilhame novo custa R$ 107, a economia da Ultragaz será de R$ 2,66 bilhões para atingir esses consumidores”, explicou a Aepet. Ou seja, o montante ofertado pela Ultrapar mal cobre o valor total de botijões que a Liquigás possui, de acordo com os cálculos da associação.