BRASIL DOBRA NÚMERO DE INSTALAÇÕES DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO PRIMEIRO SEMESTRE | Petronotícias




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BRASIL DOBRA NÚMERO DE INSTALAÇÕES DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO PRIMEIRO SEMESTRE

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

jose-renato-colaferro-blue-solOs brasileiros estão olhando com mais atenção para a possibilidade gerar sua própria energia e as empresas que atuam nesse mercado querem aproveitar este momento para buscar novos negócios. É o caso da Blue Sol Energia, que já viu seu faturamento crescer em 70% de janeiro a maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. Um dos sócios-diretores da companhia, José Renato Colaferro, destaca o momento de crescimento na base de usuários da geração distribuída. “Cruzamos o ano de 2016 com 6.017 instalações e, hoje, o país está com quase 11 mil. Isto é, o mercado praticamente dobrou de tamanho“, afirmou. Além de atuar na formação de profissionais e na instalação de sistemas, a empresa planeja no longo prazo ampliar seu portfólio de soluções, comercializando baterias de lítio e trabalhando na infraestrutura de carros elétricos.

Como está o mercado de geração distribuída no Brasil atualmente?

O setor tem crescido exponencialmente desde o início da resolução normativa da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em 2012. Este mercado está crescendo cerca de 300% ao ano. É um percentual grande, muito em virtude do fato da base inicial de clientes ser muito pequena antes da resolução. O número de usuários de geração distribuída passou a ser relevante a partir do ano passado. Já neste ano de 2017, o Brasil teve um crescimento considerável. Cruzamos o ano de 2016 com 6.017 instalações e, hoje, o país está com quase 11 mil. Cruzamos o ano de 2016 com 6.017 instalações e, hoje, o país está com quase 11 mil. Isto é, o mercado praticamente dobrou de tamanho. Na Blue Sol Energia, o faturamento cresceu 70% no primeiro semestre em relação ao ano passado. Então, vemos mais pessoas se interessando. O público está mais confiante sobre funcionamento dos sistemas. As pessoas jurídicas estão tendo retorno excepcional. Alguns sistemas estão entregando mais energia do que o previsto. 

Quais são as perspectivas de crescimento deste mercado?

A Aneel publicou uma norma técnica estimando que vão existir 886 mil clientes na microgeração até 2024. Isso representa um crescimento de 86 vezes na comparação com o mercado atual. Mas acredito que o Brasil pode fazer mais do que isso. Essa previsão da Aneel é muito conservadora. Os EUA, por exemplo, têm 1,3 milhão de clientes em geração distribuída. O Brasil tem hoje 78 milhões de consumidores de energia elétrica. Então, esse número de 886 mil representa 1,1% do total de consumidores. E acredito que o crescimento vai ser maior do que isso.

Quais são os principais entraves atuais que precisam ser superados?

Existem dois principais pontos que poderiam ser melhorados. Um deles é o excesso de carga tributária. E o segundo ponto é a possibilidade de financiamento. Alguns bancos públicos prometeram criar linhas, como o Banco do Brasil (BB) e a Caixa, mas não saíram do papel. Estamos esperando linhas de financiamento para sistemas urbanos. O BB chegou a criar uma linha, mas voltada para a área de agricultura, que não tem tanta necessidade de energia distribuída. 

O valor de instalação de sistemas fotovoltaicos tem caído?

Sim, de forma orgânica. O valor cai 15% ao ano. Mas depende muito do câmbio. Muitos produtos são importados e vários outros são produzidos nacionalmente, como estruturas metálicas, materiais elétricos, entre outros. Então, estamos vendo uma queda mundial no preço das matérias primas, resultando em redução de custo dos painéis e inversores. É uma tendência mundial. 

Como o setor empresarial e industrial podem ser beneficiados pela geração distribuída?

Os clientes de baixa tensão, como postos de gasolina, comércio, escolas, profissionais liberais, clínicas e hotéis, têm muita viabilidade financeira para instalar sistemas solares fotovoltaicos. O investimento se paga entre 5 e 7 anos. Já em relação a indústria, vemos menos oportunidades neste segmento atualmente, porque o retorno de investimento é mais baixo em comparação com os outros tipos de clientes que citei anteriormente. Mas, com o barateamento da fonte, maiores investimentos, incentivos e amadurecimento do mercado, a indústria poderá sim ser um cliente potencial. 

Quais são os projetos em andamento da Blue Sol Energia? Como a empresa tem atuado?

A Blue Sol Energia foi fundada por mim e outros dois sócios. A empresa sempre trabalhou com energia solar fotovoltaica. Temos dois principais focos. O primeiro é educacional. Treinamos pessoas, que se tornam nossos parceiros. O segundo pilar são os projetos. Então, já treinamos mais de 8 mil alunos e já comercializamos mais de 700 sistemas. Temos presença em todo o País. Hoje, metade do nosso faturamento é residencial e a outra metade vem de pessoas jurídicas. 

E quais são os planos de crescimento da empresa?

No curto e médio prazo, já estamos implementado nosso plano. Estamos crescendo em rede de franquias. Já temos 11 franqueados assinados e prevemos que esse número subirá para 20 até o final do ano. No longo prazo, vemos que a energia solar faz parte de um conjunto de tecnologias como o carro elétrico, as baterias de lítio e monitoramento de consumo por software. Tudo isso faz parte de tecnologias que vão convergir junto com a solar. O setor elétrico vai ser modificado na próxima década. Então, nossa empresa pretende fazer parte dessa transformação. No futuro, queremos comercializar baterias, implantar softwares de monitoramento em residências e empresas, e trabalhar na infraestrutura de carros elétricos. São coisas que andam com a energia solar e que pretendemos incluir em nosso portfólio.

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