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ABIQUIM DEFENDE PRIORIDADE AO HIDROGÊNIO PARA USO SUSTENTÁVEL NA INDÚSTRIA QUÍMICA NACIONAL

André Passos Cordeiro - Presidente Executivo da Abiquim

André Passos Cordeiro, presidente Executivo da Abiquim

A Abiquim, que reúne as empresas químicas do Brasil,  diz estar acompanhando com extrema atenção  no Congresso Nacional e no Poder Executivo as propostas e projetos de lei que visam instituir o marco regulatório do hidrogênio no país. As iniciativas, segundo a associação, são legítimas e bem-vindas. No entanto, “é essencial instituir um marco regulatório que garanta segurança jurídica para assegurar os investimentos privados na produção e no consumo de hidrogênio sustentável no Brasil. Dentro deste contexto e destacando, o Projeto de Lei nº 2.308/2023 – que dispõe sobre a definição legal de hidrogênio combustível e de hidrogênio verde – e o Projeto de Lei 5816/2023 – que trata sobre a indústria do hidrogênio de baixo carbono e suas tipificações.”  A Abiquim acredita que ambos precisam ser corrigidos para viabilizar mais investimentos. A indústria química brasileira é a 6ª maior do mundo, gera 2 milhões de empregos diretos e indiretos e representa 11% do PIB industrial. Ocupa a primeira colocação na lista de contribuintes de tributos federais com R$ 30 bilhões anuais, ou seja, 13,1% do total da indústria nacional. A química é ainda a mais sustentável do mundo e líder em produtos renováveis – sua produção é menos carbonohidro intensiva quando comparada com a produção na Europa (entre 5 e 35% menos) e o resto do mundo (entre 15 e 51% menos). Isto se deve ao fato de a matriz elétrica brasileira ser composta por 82,9% de fontes renováveis – no mundo, essa média é de 28,6% – e aos esforços históricos empreendidos pelo setor no Brasil.

A Abiquim lembra que a indústria química é geradora de tecnologia de ponta e formadora de mão-de-obra qualificada e se destaca também por ser provedora de soluções para as demandas da sociedade por um futuro mais sustentável e a alcoolquímica é um bom exemplo. “Resinas, solventes e uma infinidade de produtos sustentáveis são produzidos pela química a partir do etanol desde a década de 1970, reduzindo assim o consumo de insumos fósseis e a emissão de gases causadores do efeito estufa (GEEs). Suas potencialidades são enormes e o hidrogênio verde está inserido neste conjunto de oportunidades.” É um dos setores que mais investe no desenvolvimento da produção de hidrogênio sustentável nas mais diferentes rotas tecnológicas. Produtora e consumidora de hidrogênio há pelo menos 90 anos, o setor entende que este insumo é uma das principais alavancas para avançar ainda mais em sua hidro vidrodescarbonização, bem como elevar a indústria química brasileira a um novo patamar de competitividade, o que pode contribuir com a redução do déficit comercial de produtos químicos do país, corroborando com a sua neoindustrialização.

“O princípio para a construção de um aparato legal regulatório deve ter como prioridade o uso do hidrogênio como um instrumento de descarbonização da indústria nacional, bem como ganho de sua competitividade. Plantas voltadas à exportação deste insumo devem ser autossuficientes, ou seja, elas não podem drenar recursos de projetos voltados para a difusão e consolidação do nosso parque industrial,” afirma.

 A Abiquim entende que este deve ser o uso mais estratégico e prioritário, se dar ao hidrogênio sustentável no país, o que não está necessariamente refletido nos PLshidro 1 2.308/2023 e 5816/2023. Para além desta questão primordial, há outros pontos menores, mas também importantes, que não se encontram devidamente tratados nestes projetos, como por exemplo a questão da governança. O setor industrial entende que ela precisa estar incluída, com voz ativa, nos órgãos criados pelos PLs para gerir o marco regulatório. “É fundamental que a legislação a ser implementada não provoque um trancamento de rotas tecnológicas. Não deve haver empecilhos que dificultem o credenciamento ou a certificação com o uso, por exemplo, de conteúdo nacional ou investimento mínimo em P&D. É primordial, portanto, que o Congresso Nacional e o Poder Executivo ampliem o diálogo com a sociedade civil organizada sobre o tema antes que qualquer projeto conclua a sua tramitação”, conclui.

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