A ABIQUIM RECONHECE AS AÇÕES QUE O GOVERNO TEM IMPLEMENTADO PARA A INDÚSTRIA, MAS CHAMA ATENÇÃO PARA IMPORTAÇÕES PREDATÓRIAS
A Abiquim voltou a tratar sobre as principais ações reivindicadas para indústria química brasileira que o governo tem implementado, no encontro em Brasília, com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacando que essas medidas estão gerando resultados positivos. As principais ações discutidas incluíram: a retomada e fortalecimento do Regime Especial da Indústria Química (REIQ); a defesa comercial da indústria química contra a concorrência desleal de importações predatórias; a inclusão da química nas cadeias de adensamento da Nova Indústria Brasileira (NIB); o retorno do BNDES para financiar a indústria; o equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, abordando a agenda do plástico, sobretudo o Acordo Global para a eliminação da poluição por plásticos.
André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, compartilhou os resultados positivos alcançados até o momento. Ele destacou, por exemplo, os 760 milhões de reais em investimentos já aprovados no REIQ, além de mais 300 milhões em análise, totalizando 1 bilhão de reais em investimentos previstos para 2025. Passos também mencionou o novo investimento da Unipar em Camaçari, na fábrica de cloro e soda, que conta com 85% de financiamento do BNDES, totalizando 234 milhões de reais, e o significativo investimento que a Braskem fará em Duque de Caxias, com a duplicação da fábrica de eteno, que representa um aporte de 3,5 bilhões de reais.
Alckmin ressaltou o aumento da oferta de gás natural para a indústria, impulsionado pela Rota 3, que conecta a produção do pré-sal à Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) em Itaboraí, no Rio de Janeiro. O vice-presidente analisou com atenção os dados do setor químico em comparação com os principais concorrentes globais. Além disso, demonstrou interesse sobre temas como reciclagem de plásticos, logística reversa e circularidade. Foram apresentados dados que demonstram, após as decisões do MDIC, especialmente aquelas relacionadas à correção tarifária contra importações predatórias, a recuperação da produção química no Brasil. Observou-se um aumento na utilização da capacidade instalada por diferentes grupos de produtos e uma estabilização nos preços dos produtos químicos no mercado interno. Essa normalização se deve à postura proativa da indústria química nacional, que conseguiu mitigar as recentes oscilações dos preços internacionais, evitando repassar integralmente esses aumentos às cadeias de valor que dependem da química. Como resultado, a variação dos preços no Brasil foi, inclusive, inferior à observada no mercado internacional.
Ao mesmo tempo, foram discutidos os desafios que o setor ainda enfrenta, especialmente em relação à continuidade do surto de importações predatórias impulsionadas por preços artificiais de algumas origens asiáticas, do Oriente Médio e da América do Norte. Isso evidencia a necessidade de atenção constante à defesa comercial da indústria química brasileira, especialmente diante dos recentes movimentos geopolíticos das principais economias, que buscam fortalecer suas posições produtivas. Também participaram da reunião, pelo MDIC, Tatiana Prazeres, Secretária de Comércio Exterior; Heloisa Chikusa, Subsecretária de Articulação em Temas Comerciais; e Leonardo Durans, Diretor de Desenvolvimento da Indústria de Insumos e Materiais Intermediários. Pela Abiquim, Eder da Silva, Gerente de Assuntos de Comércio Exterior; Marcelo Pimentel, Gerente de Relações Institucionais.
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