A ÂNCORA DE UM NAVIO PODE TER ROMPIDO UM OLEODUTO E CAUSADO O DESASTRE AMBIENTAL QUE A CALIFÓRNIA ESTÁ VIVENCIANDO
ORLANDO – Por Fabiana Rocha – O vazamento de petróleo nas praias da Califórnia, nos Estados Unidos, parece ter estancado. Até agora, as suspeitas da Guarda Costeira Americana recaem sobre a possibilidade de uma âncora de algum navio ter rompido um oleoduto. As autoridades disseram que não há mais vazamento de óleo nas águas de Huntington Beach, mas o clima e os fluxos do oceano serão fundamentais para tentar conter o vazamento que já se espalhou até Dana Point. Funcionários da Amplify Energy, que opera a plataforma de petróleo offshore que é apontada como a fonte do vazamento, e da Guarda Costeira dos Estados Unidos, disseram que uma âncora pode ter atingido um sistema de oleoduto. O derramamento pode passar dos 760 mil litros de petróleo. “Essa é uma das possibilidades distintas”, disse Martyn Willsher, CEO da Amplify. Ele disse que a empresa ainda não identificou a origem do derramamento, mas seus mergulhadores já inspecionaram mais de 20 quilômetros de dutos submarinos teriam encontrado uma área que estão pesquisando um pouco mais.
Questionado sobre se um dos muitos navios de carga fundeados esperando para entrar nos portos de Los Angeles e Long Beach poderia ter causado danos ao oleoduto, Willsher disse que é uma possibilidade que faz parte da investigação em andamento. Há centenas de navios ancorados e a localização precisa de onde esses navios estavam localizados, em relação ao incidente, está sendo avaliada, disse a capitã da Guarda Costeira dos Estados Unidos, Rebecca Ore. Para lembrar, a Guarda Costeira dos Estados Unidos entrou em contato com as autoridades do condado e de Huntington Beach por volta das 9h do sábado (2), dizendo ter recebido relatos sobre o óleo na água da costa de Huntington Beach. Por volta das 12h15, a Guarda Costeira relatou a esses oficiais que a mancha de óleo à qual eles estavam respondendo tinha cerca de 20 quilômetros de extensão.
O promotor Todd Spitzer (foto à esquerda) pediu uma investigação independente sobre como o vazamento ocorreu, com supervisão de seu gabinete ou das autoridades federais: “A empresa não deve ser responsável por liderar sua própria investigação com respeito às centenas de milhões de dólares de devastação que causou ao nosso meio ambiente e economia. Vamos sentir o impacto desse derramamento de óleo por gerações”. Os mergulhadores da empresa não devem chegar perto do oleoduto a menos que colaborem com investigadores independentes, disse ele, acrescentando: “Eles são tendenciosos, têm interesse próprio e farão tudo o que puderem para tentar reduzir seus danos”.
As tripulações continuaram trabalhando para conter o petróleo, que contaminou a água e a costa de Huntington Beach e Newport Beach e se espalhou para o sul até Laguna Beach e Dana Point. Para piorar, chuvas e tempestades com relâmpagos são esperados na costa do Condado de Orange pelo resto do dia. A previsão é que amanhã (6) o tempo melhore, mas a maré alta e ondas altas dificulte os trabalhos de limpeza.
No início da segunda-feira, dezenas de trabalhadores em trajes anti-risco puderam ser vistos recolhendo gotas de óleo da costa em Huntington State Beach. Os transeuntes pararam para assistir à limpeza. Este é o maior vazamento em Orange County em três décadas e causou grandes danos ecológicos em Huntington Beach, que podem fechar a costa por semanas ou meses, disseram as autoridades.
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